A recuperação do emprego formal nos segmentos de comércio de serviços no Estado de São Paulo em 2021 deverá perder velocidade em 2022, impactada pelas altas da inflação, juros, endividamento das famílias e pelo próprio desemprego, que continua com uma taxa de 11,5% da população economicamente ativa.
A previsão é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). A entidade é responsável pela Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (Pesp), que no ano passado viu os dois segmentos encerrarem com um estoque de 575.538 novas vagas.
De acordo com a entidade, ainda que não haja redução nos postos de trabalho, a estimativa é a de que os saldos positivos sejam substancialmente menores que os de 2021 em decorrência da própria expectativa quanto ao crescimento econômico brasileiro.
A geração de empregos deverá se concentrar nos segmentos que não completaram o ciclo de recuperação de vagas perdidas com a pandemia. Bem como nas atividades consideradas essenciais dentro de comércio e serviços e que, por esta característica, têm mais estabilidade de demanda das famílias.
A Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (Pesp) sofreu uma reformulação em sua metodologia e, agora, analisa o nível de emprego celetista do comércio e serviços do Estado de São Paulo a partir de dados do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, passando a se chamar, portanto, Pesp Comércio e Serviços.
Estoque de vagas
Em recuperação das perdas nos seus quadros de empregados em 2020, provocadas pela covid-19, os setores de comércio e serviços paulistanos encerraram o ano passado com um estoque de 575.538 novas vagas de trabalho com registros em carteira.
Só o comércio gerou 159.492 vagas no ano passado. Isso é 19.139 postos a mais que os 140.354 postos de trabalho formais fechados pelo setor em 2020, quando os estabelecimentos tiveram que cumprir as ordens das autoridades governamentais e da saúde para baixarem suas portas durante o período determinado para se cumprir o isolamento social para conter o avanço da infecção da população pelo coronavírus.
O setor de serviços, o mais prejudicado pela pandemia, só no ano passado abriu quase meio milhão de vagas, segundo a Pesp. Para ser exato, foram registradas no ano passado 416.046 carteiras de trabalho no setor. “A reação dos setores é resultado da reabertura econômica, graças à vacinação, e da demanda aquecida pela injeção de recursos provenientes de auxílios públicos emergenciais.
Ainda, de acordo com a Pesp, apesar da conjuntura econômica mais desafiadora, com inflação elevada, juros em ascensão, endividamento familiar e desemprego acima dos 11,5% no país, o emprego se manteve crescente no segundo semestre do ano passado.
A projeção da FecomercioSP era de que o varejo paulista, em decorrência da conhecida sazonalidade do fim do ano, criaria cerca de 40 mil postos de trabalho com carteira assinada no último trimestre do ano. Efetivamente, 45,9 mil novas vagas foram criadas.