O virologista francês Luc Montagnier, que ganhou o Prêmio Nobel por sua participação na descoberta do vírus da imunodeficiência humana (HIV) que causa a aids, morreu aos 89 anos, em um hospital de Neuilly-sur-Seine, próximo de Paris.
Nascido na França em 1932, Montagnier obteve PhD em virologia na Universidade de Paris. Em 1972, criou um instituto especializado em retrovírus e oncovírus (causadores de câncer). Em janeiro de 1983, sua equipe isolou o vírus responsável pela aids.
Também participaram da pesquisa Françoise Barré-Sinoussi (também ganhadora do Prêmio Nobel de Medicina) e Jean-Claude Chermann. A descoberta, chamada LAV (Lymphadenopathy Associated Virus) foi publicada em maio daquele ano. Mais tarde, ele tornou-se diretor da Fundação Mundial para Pesquisa e Prevenção da Aids em Paris.
Nos anos anteriores ao início da epidemia de Aids, Montagnier fez descobertas significativas sobre a natureza do vírus e contribuiu para a compreensão de como os vírus podem alterar a informação genética dos organismos hospedeiros. Suas investigações também abriram caminhos para curas médicas de doenças virais.
Na primeira década do século 21, em 2008, por seu papel na descoberta do vírus da aids, o cientista dividiu metade do Prêmio Nobel de Medicina com Françoise. A outra metade foi concedida ao pesquisador alemão Harald zur Hausen, que estudava o câncer na época.
No entanto, sua imagem foi manchada nos últimos anos após declarações contra vacinas e sobre o coronavírus. Ele gerou polêmica em 2020 por dizer acreditar que o coronavírus foi criado em um laboratório chinês. Suas opiniões foram refutadas pela comunidade científica.