Os casos de dengue despencaram em Ribeirão Preto no ano passado, na comparação com 2020. Segundo dados do Boletim Epidemiológico, divulgado pela Secretaria Municipal da Saúde, de 1º de janeiro a 31 de dezembro de 2021 apenas 357 pessoas foram vítimas do mosquito Aedes aegypti – vetor da doença, do zika vírus e das febres chikungunya e amarela na área urbana.
Em 2020 foram registrados 17.606. Ou seja, a queda é de 98%, ou 17.249 a menos. Segundo os dados divulgados pela secretaria nesta terça-feira, 8 de fevereiro, Ribeirão Preto começou 2022 com apenas 30 casos, média de um por dia. Porém, essa quantidade é 30,4% superior aos 23 de dezembro (sete a mais) e está 15,4% acima dos 26 do primeiro mês do ano passado (quatro a mais).
No ano passado foram registradas 27 ocorrências de janeiro, 36 de fevereiro, 52 de março, 95 de abril, 61 de maio, 20 de junho, onze de julho, nove de agosto, sete de setembro, oito de outubro, nove de novembro e 23 de dezembro. A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) investiga mais 439 pacientes que podem estar com a doença – aguarda o resultado de exames.
Não houve mortes por dengue no ano passado na cidade. Em 2020, ocorreram onze óbitos, mas um caso era importado de São Simão. No total oficial, Ribeirão Preto fechou o período passado com dez ocorrências fatais, sete a mais do que os três falecimentos de 2019, alta de 233,3%. O número de dez mortos pelo Aedes aegypti é o maior em pelo menos seis anos (desde 2016).
Antes de 2019, a cidade não registrava óbito em decorrência da infecção desde 2016, quando nove pacientes não resistiram aos vírus. O número total de vítimas do Aedes aegypti em 2020 é 21,3% superior ao de 14.520 pessoas infectadas em 2019 – de acordo com dados atualizados pela Secretaria da Saúde –, 3.086 ocorrências a mais.
A última vez que Ribeirão Preto declarou epidemia de dengue foi há quase dois anos, desde a primeira metade de 2020, a sexta em onze anos. Na época, a média diária de pessoas diagnosticadas com o vírus transmitido pelo Aedes aegypti em 365 dias foi de 48, duas por hora. Dos 17.606 casos confirmados naquele período, 2.932 são de janeiro, 6.695 de fevereiro, 5.045 de março, 1.865 de abril, 806 de maio, 170 de junho, 47 de julho, 16 de agosto, doze de setembro, cinco de outubro, seis de novembro e apenas sete de dezembro.
Em 2020, a maioria das vítimas do mosquito transmissor tinha entre 20 e 39 anos (6.564). Depois aparecem os adultos de 40 a 59 anos (4.409), jovens de dez a 19 anos (2.785), idosos com mais de 60 anos (1.915), crianças de 5 a 9 anos (1.167), de um a quatro anos (652) e menores de um ano (112).
Em 2021, as pessoas com idade entre 40 e 59 lideraram com 121 ocorrências, seguidas por quem tem entre 20 e 39 anos (117), crianças e adolescentes de 10 a 19 anos (44), idosos de 60 anos ou mais (42), crianças de 5 a 9 anos (13), de 1 a 4 anos (quatro) e abaixo de 1 ano (uma).
Em 2022, as pessoas com idade entre 20 e 39 lideraram com onze ocorrências, seguidas por quem tem entre 40 e 59 anos (sete), idosos de 60 anos ou mais (seis), crianças e adolescentes de 10 a 19 anos (cinco) e crianças de 1 a 4 anos (uma).
Em 2020, os casos de dengue foram registrados nas regiões Oeste (5.162), Leste (3.626), Norte (3.556), Sul (3.297) e Central (1.963) – não há ocorrências sem identificação de distrito. No ano passado, a Zona Leste liderou com 159 ocorrências. Depois aparecem as regiões Oeste (62), Sul (45), Norte (42) e Central (34). Em 2022 são onze na Zona Norte, seis na Oeste e seis na Leste, cinco na Central e um registro sem identificação de distrito.
Em pouco mais de 13 anos, Ribeirão Preto já registrou 141.377 casos de dengue, 19,6% da população, mas este número pode ser quatro vezes superior – de 565.508, ou 78,5% dos 720.116 habitantes da cidade, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No ano passado a cidade também teve um caso de febre chikungunya importado da Praia Grande (SP). Não há ocorrências em 2022, nem de zika vírus e sarampo em 2021 e neste ano.
Casos de dengue em Ribeirão Preto
2009 – 1.700 casos
2010 – 29.637 casos
2011 – 23.384 casos
2012 – 317 casos
2013 – 13.179 casos
2014 – 398 casos
2015 – 4.689 casos
2016 – 35.043 casos
2017 – 246 casos
2018 – 271 casos
2019 – 14.520 casos
2020 – 17.606 casos
2021 – 357 casos
2022 – 30 casos
Total desde 2009: 141.377, mas estudo da SMS aponta que o número pode ser quatro vezes superior, de 565.508