Ribeirão Preto fechou o ano passado com 258.720 inadimplentes, alta de 3,6% em comparação com os 249.819 de dezembro de 2020, quando a pandemia de coronavírus dava sinais de arrefecimento – voltou a preocupar em 2022 por causa do avanço da variante Ômicron. São 8.901 devedores a mais do que no período anterior, aponta a Serasa Experian.
Porém, em relação às 262.239 pessoas que não conseguiram pagar suas contas no último mês de 2019, a queda chega a 1,3%. São 3.519 inadimplentes a menos. O número de dezembro de 2021 também é 0,4% inferior aos 259.683 devedores de novembro, 963 a menos.
A queda entre os meses de novembro e dezembro ocorre, geralmente, por causa da liberação do décimo terceiro salário. No ano passado, a previsão era de injeção de R$ 652.574.613,58 líquidos na economia ribeirão-pretana. Foram beneficiados 230.967 trabalhadores com carteira assinada.
O levantamento foi feito pelo Instituto de Economia Maurílio Biagi (Iemb), da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), com dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) e do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho.
O valor é a soma das folhas de pagamentos dos cinco principais setores da economia ribeirão-pretana: comércio, serviços, indústria, construção civil e agropecuária. Segundo a Serasa Experian, em dezembro, cada inadimplente de Ribeirão Preto devia, em média, R$ 5.340,61 – média de R$ 1.212 por dívida.
A consultoria aponta 1.140.359 dívidas na cidade em dezembro de 2021, ante 1.160.226 de novembro, baixa de 1,7% e 19.867 “papagaios” a menos. Com base nestes valores, a Serasa Experian estima que a inadimplência na cidade fechou o ano passado em R$ 1.381.723.159, contra R$ 1.433.006.484,91 de novembro (R$ 5.518,29 por devedor), queda de 3,6% e R$ 51.283.325,91 a menos em 2021.
O número de inadimplentes em dezembro indica que 35,9% da população de Ribeirão Preto, estimada em 720.116 habitantes, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – dados até 31 de julho e divulgados em agosto –, tinha alguma conta em atraso no final do ano passado.
O Estado de São Paulo fechou 2021 com 14.987.402 inadimplentes, 1% acima dos 14.834.373 de dezembro de 2020. São 153.029 devedores a mais. Em relação aos 15.130.141 de novembro, a queda chega a 0,9%. São 142.739 a menos.
O valor da inadimplência fechou o ano passado em R$ 69.281.048.502,78. Cada paulista devia, em média, R$ 4.622,62 no final do ano (média de R$ 1.262 por dívida). O montante é 3,3% menor em relação aos R$ 71.654.529.352,76 de novembro, R$ 2.373.480.850 a menos. O número de dívidas ficou em 54.917.517, abaixo das 55.778.457 de novembro, recuo de 1,5% e 860.940 a menos.
Negativação
O Indicador de Recuperação de Dívidas da Serasa Experian revela que, em outubro de 2021, cerca de cinco em cada dez dívidas de consumidores inadimplentes (49,8%) foram quitadas em até 60 dias após a negativação. Esse número equivale a 12,7 milhões de dívidas recuperadas no período analisado.
Observando os dados por segmento, as dívidas contraídas em Bancos e Cartões possuem a maior efetividade de recuperação, marcando 62%, que equivale a 5,9 milhões de débitos pagos. Em sequência estão aquelas obtidas no setor de Utilities (60,1%), que registrou 3,5 milhões de contas ressarcidas, e Varejo (41,4%), com 1,2 milhões.
Depois aparecem dívidas com Financeiras (40,7%), Serviços (24,9%), Outros (21,5%), Telefonia (12,7%) e Securitizadoras (4%). “As dívidas contraídas em Bancos e Cartões e Utilities têm prioridade para o pagamento, pois as pessoas precisam estar em dia com esse compromisso financeiro para continuar tomando crédito no mercado e garantir serviços básicos essenciais”, diz o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.