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O largo caminho da falsidade

A mística é um fenômeno que circunda a cada virada de um milênio, as fantasias abrem caminhos para os profetas apocalípticos ficarem em evidência. Os pessimistas afir­mam a chegada do fim do mundo, já os otimistas afir­mam que teremos um mundo melhor, com mais empatia e solidariedade humana. E neste contexto os pessimistas estão levando vantagem, pois o fim do mundo não acon­teceu, no entanto o pessimismo fez ressurgir atitudes e pensamentos retrógados ligados a religião, que nos reme­tem à Idade Média, e com isso a luz prevista pelos otimistas para o século 21 vai ter que esperar.

O ser humano criou as religiões, e junto uma liturgia ancorada em um passado de violência, e esse passado flo­resceu com força no século 21, principalmente no Brasil, e como a segregação social é o cerne dos fundamentalistas, caminhamos a passos largos rumo a um retrocesso jamais visto. O Brasil começou a desmoronar em 2013, quando um movimento que inicialmente pedia mais democracia, e a participação efetiva da população nas decisões da política, mais era um engodo.

Há um ditado que diz: “o tempo esclarece tudo”, e só foi preciso sete anos para que toda a farsa montada, em nome da moralidade, e do combate à corrupção fosse escancarada. Os versos da música de Chico Buarque dizem: “não existe pecado ao sul do Equador”, mas o Tio Sam deu uma nova interpretação para estes versos: “não pode existir nenhum país abaixo desta linha, e nem ao seu redor, que tenha a pre­tensão de competir com o Império do Norte”, e a elite brasi­leira, que não é elite, e sim gente endinheirada que vende até a mãe em nome dos seus interesses vestiu a camisa do norte.

O trabalho nos bastidores Tio Sam conhece como ninguém, e sabe agir ardilosamente em favor dos seus. O Brasil colocou as manguinhas de fora, quando passou de largo pela crise de 2008, e isso o Império do Norte não perdoou, e a partir daí, com a ajuda dos vendilhões da Pátria, criaram o cenário ideal para fazer o Brasil retro­ceder um século. A facilidade com que as coisas ruins se propagam é incomensurável, parece inato à satisfação que parte da população nutre por sofismas, mentiras e o sofri­mento alheio. O Iluminismo tentou em vão colocar a ciência no centro das decisões humanas, mas a força do negacionis­mo religioso limitou suas ações.

Sabendo usar, a mentira e o sofisma são ferramentas poderosíssimas, e o Tio Sam sabe como ninguém utilizá-las. Num passado recente, o Brasil era considerado um País irmão, mas desde que não ultrapassasse a linha dos seus interesses, o golpe militar de 1964 foi um ato de subservi­ência ao todo poderoso. A orientação e o apoio à operação para aniquilar as grandes empresas brasileiras do ramo da construção civil, e colocar a Petrobras, uma das maiores petroleiras do mundo de joelhos – foi dada e executada.

O prazer e a satisfação de ouvir mentiras e sofismas somente para locupletar nossos desejos são um perigo, e este caminho obscuro muitas vezes sem volta, nos levou à eleição de presidente inapto, abjeto e ligado às milícias­colocou o Brasil na beira do abismo. Ainda há tempo para mudar, basta extirpar essa gente inescrupulosa e antiética que continua fazendo tanto mal para nossa educação básica, pois não existe autonomia nem cidadania sem uma escola básica pública de excelência. É preciso fechar os caminhos da mentira e da falsidade!

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