Tribuna Ribeirão
Política

Caso Zerbinato terá novo relator

FOTO: ALFREDO RISK/ARQUIVO

A Câmara de Ribeirão Pre­to escolherá, nos próximos dias, o novo relator do proces­so de investigação envolvendo o vereador Sérgio Zerbinato (PSB), já que Brando Veiga (MDB) deixou o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar na terça-feira, 1º de fevereiro, quan­do foi definida a nova compo­sição das 15 comissões perma­nentes e do próprio colegiado.

O novo Conselho de Ética é presidido por Maurício Vila Abranches (PSDB) e ainda con­ta com Renato Zucoloto (PP, vice), Judeti Zilli (PT, Coleti­vo Popular), Ramon Faustino (Psol, Coletivo Ramon Todas as Vozes) e André Rodini (Novo). Luís Antônio França (PSB) tam­bém deixou o colegiado.

Segundo fontes ouvidas pelo Tribuna, André Rodini deve as­sumir a relatoria do caso. Zerbi­nato é acusado pela ex-assessora parlamentar Ivanilde Ribeiro Rodrigues de comandar, entre janeiro e agosto de 2021, o es­quema dentro de seu gabinete. O vereador é alvo também de pedido de cassação proto­colado na Câmara por dois munícipes por causa das de­núncias. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar do Legis­lativo também investiga o caso.

Na semana passada, a juíza Lucilene Aparecida Canella de Melo, da 2ª Vara da Fazenda Pública de Ribeirão Preto, ci­tou o vereador para que, den­tro de 30 dias contados a par­tir da citação, se manifeste e conteste as acusações de pro­mover a popular “rachadinha” em seu gabinete, na Câmara. O mandado foi expedido em 14 de janeiro.

A ação judicial de improbi­dade administrativa contra o parlamentar foi proposta pelo Ministério Público de São Pau­lo (MPSP) por meio do pro­motor Sebastião Sérgio da Sil­veira. A investigação foi aberta em 30 de novembro, mas diz que “a iniciativa do Ministério Público não induz à presunção de culpa ou de responsabili­dade e agora, o réu deverá ser citado, para a instauração do contraditório, sendo que ao fi­nal, o Poder Judiciário deverá se pronunciar à ação proposta”.

Na semana passada, o MPSP enviou todos os documentos da investigação para o Con­selho de Ética da Câmara. Na quarta-feira (2), Zerbinato foi notificado para apresentar de­fesa ao colegiado. O prazo é de dez dias úteis. As denúncias fo­ram feitas por Rodrigo Leone e Gustavo Martins Fratassi, can­didato a vereador na eleição de 2020 pelo Patriota e que teve 225 votos – não foi eleito.

A beneficiária do esquema seria a irmã do parlamentar, Da­lila Zerbinato. A denunciante foi assessora parlamentar direta do vereador, cargo comissiona­do, com salário de R$ 7.973,42. Deste total, segundo ela, R$ 2 mil eram repassados para a irmã do parlamentar.

O acordo teria começado quando a mulher foi nome­ada, em 4 de janeiro, e durou até o início de agosto, quando foi exonerada do cargo. Na denúncia, Ivanilde Ribeiro Ro­drigues apresentou uma grava­ção em áudio onde ela afirma conversar com Sérgio Zerbina­to sobre a devolução de parte dos seus vencimentos.

O desvio de salário de asses­sor é uma prática caracterizada pela transferência de salários dos funcionários para o parlamentar a partir de um acordo pré-es­tabelecido ou como exigência para a contratação. Caso seja condenado, Sérgio Zerbinato perderá o mandato e respon­derá pelo crime de improbida­de administrativa e peculato. Também poderá responder na esfera penal.

Dalila Zerbinato também foi indiciada. Na denúncia o MP reitera que os repasses, apesar de serem feitos para a irmã do vereador, acabavam por beneficiar o parlamentar, uma vez que ela sempre o auxi­liava nas campanhas eleitorais. A mulher vai responder pelo recebimento ilegal de dinheiro dos cofres públicos e, como o irmão, pode ter que devolver o dinheiro recebido. Ela foi cita­da em 14 de janeiro e também tem 30 dias pra se manifestar.

Em nota distribuída à im­prensa neste início de ano, o vereador disse que as de­núncias fazem parte de uma armação política contra ele e que a defesa já foi apresenta­da. “As denúncias são parte de uma armação política, en­cabeçada por gente que tem in­teresse direto em minha cadei­ra na Câmara Municipal. Toda a minha defesa já foi apresen­tada à Câmara Municipal e te­nho absoluta convicção de que tudo será esclarecido durante o processo que está em anda­mento”, diz.

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