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RP paga mais que o piso para professor

AMANDA PEROBELLI/REUTERS

O presidente Jair Bolsona­ro anunciou nesta quinta-fei­ra, 27 de janeiro, no Twitter, reajuste de 33,24% no piso dos professores da educação bási­ca. A disposição de conceder a reposição foi antecipada pelo chefe do Executivo na quar­ta-feira (26) a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada.

“Esse é o maior aumento já concedido, pelo governo fede­ral, desde o surgimento da Lei do Piso. Mais de 1,7 milhão de professores, dos Estados e municípios, que lecionam para mais de 38 milhões de alunos nas escolas públicas serão be­neficiados”, publicou o presi­dente na rede social.

O piso nacional da catego­ria passará de R$ 2.886 para R$ 3.845. Entretanto, o reajuste não alterará em nada o salário dos 3.088 professores da rede mu­nicipal de ensino porque eles já recebem mais do que o mínimo nacional da categoria.

A prefeitura de Ribeirão Pre­to paga, para uma jornada de 40 horas por semana, que equi­vale a 48 horas-aula semanais, R$ 4.329,60 para professores de educação básica I e II. O valor é referente ao vencimento inicial dos PEBs I e II, cuja habilitação inicial é a de nível médio, na mo­dalidade normal.

Para professor de educação básica III, com licenciatura de graduação plena, o piso em Ri­beirão Preto é de R$ 5.212,80 para o educador iniciante. Os educadores do município só deverão ter aumento em seus vencimentos caso a prefeitura conceda reajuste salarial para os servidores municipais este ano.

O funcionalismo de Ribei­rão Preto já está há três anos sem reajuste salarial, desde 2019. A expectativa do Sindicato dos Servidores Municipais de Ribei­rão Preto, Guatapará e Pradópo­lis (SSM/RPGP) é de correção salarial neste ano. A data-base da categoria é 1º de março.

Em 28 de maio de 2020, por causa da pandemia de coronaví­rus, o presidente Jair Bolsonaro (agora no PL) sancionou a lei número 173/2020 e congelou o salário dos funcionários públi­cos federais, estaduais e munici­pais até o final do ano passado.

Segundo a diretoria do Sin­dicato dos Servidores Munici­pais de Ribeirão Preto, as dis­cussões com a categoria sobre a proposta de reajuste terão início em fevereiro. Depois das assem­bléias, a pauta de reivindicações será apresentada ao Executivo.

Pela Lei do Magistério, o re­ajuste de professores é atrelado ao chamado valor por aluno do Fundo de Manutenção e Desen­volvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissio­nais da Educação (Fundeb), de­finido pelo Ministério da Educa­ção, com base na inflação.

No ano passado, o governo federal não concedeu reajustes. Na quarta-feira, o presidente havia dito a apoiadores que iria “seguir a lei”. “Vou seguir a lei. Governadores não querem 33%. Eu vou dar o máximo que a lei permite, que é próximo disso”, afirmou Bolsonaro.

Governadores e prefeitos pres­sionavam o governo federal a ten­tar modificar a Lei do Piso e o cál­culo do reajuste, como forma de evitar um aumento no piso sala­rial dos professores – e, assim, mi­nimizar o impacto nos cofres de Estados e municípios. A Confede­ração Nacional dos Municípios (CNM) calcula um impacto de R$ 35 bilhões para as prefeituras.

Os prefeitos avaliam entrar na Justiça para reverter a situ­ação. “Não tem um centavo do governo federal para pagamento do piso do magistério no Brasil. O dinheiro não é da União. É muito bom fazer favor com cha­péu alheio”, afirma o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski. “A disputa não é melhorar a educa­ção no Brasil, a disputa é pagar salário atrás de voto.”

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