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Escalação defensiva e falta de ritmo frustram estreia do Botafogo no Paulistão

RAUL RAMOS/JORNAL TRIBUNA

A estreia do Botafogo passou longe do esperado. Empate em casa, sem gols, contra um Santo André que também não mostrou muita coisa. Diante das dificuldades passadas nos anos anteriores, o trabalho de Leandro Zago já começa com a desconfian­ça do torcedor.

Mesmo jogando no es­tádio Santa Cruz, o jovem treinador apostou numa es­calação com três zagueiros, formando uma linha de cinco no momento defensivo. Sem um meia de criação – Rafael Tavares joga na posição, mas não quebra linhas com passes decisivos – o Botafogo foi re­fém das bolas longas e desar­mes no campo de ataque.

Em teoria, a função mais criativa do setor foi responsa­bilidade de Fillipe Soutto, que é volante, mas também pode atuar como armador. O joga­dor até tentou algumas boas bolas longas, mas ainda está abaixo fisicamente e a falta de movimentação prejudicou seu jogo.

As melhores chances do Botafogo vieram pelos lados do campo. Marlon e Jean Victor foram as válvulas de escape do time, que chegou a assustar em lances com Dudu e Luketa. Os dois jovens, in­clusive, não fizeram grande jogo, mas fizeram falta quan­do saíram.

As alterações de Zago também foram motivos de críticas. A opção de sacar os velocistas de frente e apostar em atletas mais cadenciados quebrou o bom momento do Pantera logo após o intervalo. Tiago Reis e Matheus Carva­lho estão visivelmente fora de forma e foram presas fáceis para a defesa do Santo André.

O Botafogo teve des­falques importantes para a estreia. Hélio Paraíba, no­vamente, sentiu uma lesão muscular. Já Tárik e Rafael Pascoal testaram positivo para a covid-19. O lateral-di­reito Luís Morales foi outro que ficou de fora por conta de sua documentação.

Após a partida, Zago falou sobre as opções que aplicou e admitiu ter sido uma estratégia sua montar um Botafogo mais conservador para a estreia.

“A gente buscou nesse pri­meiro momento ter bastante solidez defensiva. Pensamos dentro das características dos jogadores que temos à disposição, de a gente con­seguir não correr riscos e praticamente não corremos, não tivemos nenhuma defesa frontal do Deivity, só um cor­te de cruzamento no segundo tempo, e isso nos deu muita solidez e confiança. A equi­pe ficou compacta o tempo todo”, afirmou Zago.

“Acredito que fizemos um jogo interessante, com nível de concentração alto. Dentro da competição, vamos evo­luir em muitos aspectos, isso foi só o primeiro passo, não é o que vamos jogar na compe­tição”, completou.

A vida do Botafogo con­tinua difícil e o Pantera volta a campo no próximo sábado, às 11h, diante do Santos, na Vila Belmiro.

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