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Não há imagens do carro de vereadora em estradas

FOTO: ALFREDO RISK/ARQUIVO

Concessionárias de rodo­vias do Estado de São Paulo informaram, ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara de Ribeirão Preto, que não têm imagens para com­provar se o veículo oficial utili­zado pela vereadora Duda Hi­dalgo (PT) teria trafegado nas estradas administradas pela iniciativa privada entre os dias 14 e 21 de setembro do ano passado. Segundo as empresas, os vídeos não são arquivados.

O Conselho de Ética ha­via solicitado as imagens para tentar comprovar as denúncias contra a parlamentar. Duda Hidalgo é acusada pelo muní­cipe Nilton Antonio Custódio de ter usado o veículo oficial a que tem direito – um Renault Fluence placas EHE 3406 – para participar de eventos particulares e partidários em outras cidades do Estado.

O denunciante foi candi­dato a vereador pelo PTB nas eleições municipais do ano passado e teve 147 votos. De acordo com as denúncias, o veículo teria sido visto entre os dias 14 e 21 no mês de se­tembro de 2021 nas cidades paulistas de Jundiaí, Sorocaba, Mauá, Diadema e São Bernar­do do Campo.

Nos documentos proto­colados o denunciante teria anexado cópia da planilha de deslocamento do carro ofi­cial da parlamentar, nos re­feridos dias, assinada por ela e que comprovariam o deslo­camento para estes locais. O relator do caso é o vereador Renato Zucoloto (PP). Ago­ra ele aguarda imagens de câmeras do sistema Detecta da Polícia Militar, que já fo­ram solicitadas.

O sistema de monitora­mento por câmeras existe nas rodovias e entradas e saídas de várias cidades paulistas. O pra­zo para que a Polícia Militar informe sobre a disponibilida­de das imagens vence no final desta semana. Porém, como será feriado municipal nesta quinta-feira, 20 de janeiro, Dia de São Sebastião, e na sexta­-feira (21) será ponto facultati­vo no Legislativo, a reposta ofi­cial só deverá ser protocolada no início da próxima semana.

Nos próximos dias, o rela­tor Renato Zucoloto começará a ouvir as nove testemunhas de defesas arroladas pela par­lamentar. Regimentalmente, o Conselho de Ética tem, no máximo, 90 dias para emitir a decisão final. O prazo é con­tado a partir da citação do acusado, neste caso realizada em 25 de novembro.

O Regimento Interno da Câmara também determina que o prazo seja contínuo e, portanto, não pode ser inter­rompido, nem mesmo durante o recesso parlamentar do Le­gislativo, que vai até 3 de feve­reiro. Significa que o conselho terá de chegar a um veredicto até 22 de fevereiro.

O Conselho de Ética é presidido por Maurício Vila Abranches (PSDB). O vice­-presidente é Brando Veiga (Republicanos) e conta ain­da com os vereadores Re­nato Zucoloto (PP), Judeti Zilli (PT, Coletivo Popular) e Luis Antonio França (PSB). Na época em que a denún­cia surgiu, a vereadora disse ao Tribuna,, em nota, que as acusações são infundadas.

Afirma que se trata de um evidente caso de perseguição política, mais especificamen­te de violência política contra uma mulher legitimamente eleita. “Tenho plena segurança da licitude de minhas ações e minha defesa provará isso no processo”, explica.

“Ressalto que não serei in­timidada e seguirei atuando como sempre atuei: um man­dato combativo a serviço do povo ribeirão-pretano”, afir­ma a paramentar.

Esta não é a primeira vez que Duda Hidalgo se tornou alvo de denúncias. Em junho deste ano, a Câmara de Ribei­rão Preto arquivou o pedido de cassação do mandato da vereadora porque a denúncia era falsa.

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