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Concessão do Leite Lopes deve ‘atrasar’

GUILHERME SIRCILI

O consórcio Voa-SP, forma­do pelas empresas Voa NW e Voa SE e que venceu o leilão para administrar o Aeroporto Estadual Doutor Leite Lopes, em Ribeirão Preto, pelos pró­ximos 30 anos, deve assumir o controle do aeródromo no pri­meiro semestre de 2022.

O grupo pediu a prorro­gação do prazo para entrega dos documentos solicitados pela Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Ar­tesp). A documentação faz parte da fase anterior à assi­natura do contrato de con­cessão. A informação foi di­vulgada pela reguladora.

A entrega dos documentos deveria ter ocorrido até a últi­ma quarta-feira, 5 de janeiro, mas foi prorrogada para 7 de fevereiro. Apesar da dilatação do prazo, a medida não deverá, segundo a agência, atrapalhar o processo, já que a prorroga­ção do prazo para a entrega dos documentos estava previs­ta no edital licitatório vencido pelo Consórcio Voa. Mas vai atrasar os trâmites da conces­são em pelo menos um mês.

O grupo é formado pe­las empresas Terracom Con­cessões e Participações Ltda, Nova Ubatuba Empreendi­mentos e Participações Ltda, MPE Engenharia e Serviços S/A e Estrutural Concessões de Rodovias Ltda. O consór­cio vai pagar R$ 14.737.486,00 para assumir a gestão do Leite Lopes e de outros dez aeropor­tos administrados pelo Depar­tamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp) – autar­quia vinculada à Secretaria de Logística e Transportes.

O leilão do Aeroporto Leite Lopes foi realizado em 15 de julho, na sede da B3, na Bolsa de Valores do Brasil, em São Paulo. O aeroporto local é clas­sificado pela Agência Nacio­nal de Aviação Civil (Anac), como sendo da categoria 4C. Este tipo de aeroporto permi­te a operação de aeronaves dos modelos Airbus A320, A321 e Boeing 737-800, que são os mais utilizados em voos den­tro da América do Sul.

As obras no Leite Lopes contemplarão a ampliação do terminal de passageiros, que passará de 500 passageiros por hora durante o horário de pico para 785. O projeto prevê ainda a expansão em dois mil metros quadrados da área útil. A ampliação permitirá movi­mentar mais de dois milhões de usuários ao ano.

Cerca de R$ 37,7 milhões serão investidos nos primei­ros quatro anos de concessão, segundo a Artesp. Para o pri­meiro ano, as principais inter­venções previstas estão con­centradas em melhorias nas pistas de pouso e decolagem dos aeroportos, especialmente para recapeamento, ilumina­ção e repintura, assegurando padrões de segurança aos usu­ários dos aeroportos.

Estes serviços envolvem a pista principal, área de taxia­mento e pátio, adequação de segurança, Papi (sistema de aproximação visual) e sinaliza­ções horizontais e verticais. O Leite Lopes é um dos 22 aero­portos regionais que eram ad­ministrados pelo Daesp.

O leilão dos aeródromos foi dividido em dois blocos – Noroeste e Sudeste. Ribeirão Preto estava no Grupo Su­deste, composto por mais dez unidades.

A concessão do Aeropor­to Leite Lopes deverá resultar em investimento total de R$ 130.282.812,00.

O edital para concessão dos onze aeroportos do Gru­po Sudeste prevê um total de R$ 266.579.190,00. Ou seja, 48,9% dos recursos serão apli­cados no de Ribeirão Preto. O terminal de passageiros, por exemplo, deverá receber em um prazo de 20 anos um total de R$ 88.130.434,00. O investi­mento foi dividido em biênios.

Outros setores do Leite Lopes também receberão in­vestimentos. Entre as obras previstas estão o recapeamen­to, iluminação e repintura da pista de pouso, no valor de R$ 20.276,645,00, estacionamento de veículos (R$ 8.810.986,00) e medidas contra o ruído aero­náutico (R$ 3.217.625,00).

A concessão à gestão da iniciativa privada prevê a prestação dos serviços públi­cos de operação, manuten­ção, exploração e ampliação da infraestrutura aeroportuá­ria estadual. O contrato prevê modelo de remuneração tari­fária e não tarifária.

A concessão do Leite Lo­pes não irá promover apenas o desenvolvimento da aviação na cidade, mas ser uma opção para atrair investimentos no turismo de lazer e de negócios, prestação de serviços, hotela­ria, entre outras opções que irão gerar mais receitas para Ribeirão Preto. A previsão é de mais de R$ 447 milhões em investimento por parte da iniciativa privada somando os 22 aeródromos.

Com ágio de 11,14 % sobre a outorga mínima, o Consór­cio Aeroportos Paulista apre­sentou a oferta vencedora de R$ 7,6 milhões pela concessão do lote Noroeste de aeropor­tos do interior. Já para o lote Sudeste, o vencedor foi o Con­sórcio Voa NW e Voa SE, a partir da proposta de R$ 14,7 milhões, equivalente a ágio de 11,5% sobre a outorga mínima.

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