Tribuna Ribeirão
Política

SP exigirá ‘passaporte’ de servidores

ALFREDO RISK/ARQUIVO

Todos os servidores públicos estaduais deverão apresentar comprovante de vacinação com­pleta contra a covid-19, segundo decreto assinado pelo governa­dor João Doria (PSDB). A me­dida é obrigatória para cerca de 570 mil profissionais da ativa em órgãos de administração direta e indireta do Estado de São Paulo e deve ser cumprida até o próxi­mo domingo, 9 de janeiro.

O decreto que torna obri­gatória a comprovação de vaci­nação contra o coronavírus foi publicado na edição desta ter­ça-feira (4) do Diário Oficial do Estado (DOE). O compro­vante só deixará de ser exigido nos casos em que o profissio­nal apresentar atestado médico com alguma contraindicação em relação à vacina.

Os documentos devem ser encaminhados aos órgãos se­toriais de recursos humanos por meio eletrônico. Quem descumprir o prazo fixado no decreto ficará sujeito à apura­ção de eventual responsabili­dade disciplinar em processos administrativos internos.

Quem não apresentar a documentação poderá sofrer punições previstas no Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado (lei estadual número 10.261/68), no Regulamento Disciplinar da Polícia Militar (lei estadual complementar 893/01) e também nas normas internas e códigos de conduta de empresas públicas, funda­ções e autarquias estaduais.

Segundo o governo estadual, outras regras complementares também poderão ser editadas de acordo com a necessidade de cada Secretaria de Estado ou dos órgãos de administração in­direta. Quem quiser receber um valor maior quando estiver na inatividade terá de pagar apo­sentadoria complementar.

Ribeirão Preto
Em 25 de agosto do ano passado, a prefeitura de Ribei­rão Preto publicou, no Diário Oficial do Município (DOM), o decreto número 194 que tornou obrigatória a vacinação contra a covid-19 para os servidores mu­nicipais, seja da administração direta ou indireta.

Questionado se o decreto está em vigência, o governo municipal afirma, em nota, que a responsabilidade de mo­nitorar a situação vacinal dos servidores públicos é de cada secretaria, autarquia e funda­ção. Caso sejam encontrados casos de recusa, o gestor preci­sa comunicar a Controladoria Geral do Município para ado­ção das medidas punitivas.

Segundo a nota, o decre­to estabelece que a aplicação é válida aos trabalhadores da ad­ministração direta, autarquias e fundações municipais. “Ainda no dia 1º de outubro, por meio do decreto nº 223, a prefeitura de Ribeirão Preto orientou to­dos os profissionais da área da Educação municipal a retor­nar às atividades mediante a apresentação de comprovante da vacinação integral contra a covid-19”, diz o texto.

A prefeitura de Ribeirão Preto não informou quantos servidores não apresentaram o documento e se algum já teria sido penalizado por não ter se vacinado. Até dezembro do ano passado, a cidade tinha 14.969 funcionários públicos na ativa.

Legislativo
A Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto vai realizar, em 31 de janeiro, audiência pública para discutir a obrigatoriedade da apresentação da carteira sa­nitária de vacinação contra o co­ronavírus na cidade, o chamado “passaporte da covid-19”. O en­contro é destinado para a popu­lação dar sua opinião e propor sugestões sobre o tema.

Será realizada às 18h30 no plenário Jornalista Orlando Vitaliano, no palácio Antônio Machado Sant’Anna, sede do Legislativo, na avenida Jerôni­mo Gonçalves nº 1.200, Vila República. O vereador Luís Antônio França (PSB) já apre­sentou projeto de lei propondo a obrigatoriedade da apresen­tação da carteira de vacinação em locais públicos.

Porém, a Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ) da Câmara deu parecer contrário a proposta não chegou a ser levada para votação em plenário. A justificativa para o veto é de que o projeto “fere os ditames legais e constitucionais quanto a separação dos poderes, a competência e os limites de cada um dos entes federativos, como no que concerne também a autonomia política, legislativa, administrativa e financeira dos municípios. Vício de legalidade”.

Na sessão de 30 de novem­bro, mesmo sem votação de projetos por causa da eleição da Mesa Diretora, teve protesto no plenário. Um grupo de aproxi­madamente 40 pessoas levou cartazes para protestar contra o que chamam de “segregação”.

Os manifestantes, negacio­nistas, exibiram frases como “morte súbita pós-vacina”, “não sou cobaia” e outras informa­ções no mínimo duvidosas como se os imunizantes causas­sem trombose pulmonar, derra­me cerebral (AVC) ou enfarte, mesmo diante de todos os estu­dos científicos já comprovados.

Entre os locais onde o com­provante seria exigido estão as repartições e órgãos públicos municipais, estaduais e federais estabelecidos do município; eventos com público igual ou superior a 200 pessoas como shows, feiras, congressos e jo­gos; e restaurantes, bares, hotéis e similares com lotação igual ou superior a 100 pessoas.

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