A General Motors não lidera mais as vendas de automóveis nos Estados Unidos. Em 2021, a Toyota desbancou a GM e vendeu em torno de 2,3 milhões de unidades no país, 114 mil a mais do que a concorrente. Trata-se de um feito histórico, visto que esta é a primeira vez, desde 1931, que a montadora de Detroit não encabeça a comercialização de carros nos EUA.
Apesar da recente ascensão da Toyota e seus modelos híbridos, as justificativas para o revés da GM incluem o arrefecimento produtivo no país devido à pandemia de Covid-19 e a crise dos semicondutores. Nesse sentido, enquanto a montadora japonesa pôde manter sua linha de montagem de forma uniforme ao longo do ano, a indústria americana sofreu com constantes paralisações e só se recuperou no segundo semestre, o que desembocou na derrota. No Brasil, assistimos a um recorte da crise quando a planta da GM em Gravataí (RS) parou a fabricação do Onix durante cerca de seis meses.
Em comparação a 2020, as vendas do RAV4, modelo mais comercializado da Toyota nos EUA, recuaram em 5%. Carros como Camry e Corolla, no entanto, ganharam mais emplacamentos em 2021 e compensaram a perda. A GM, por sua vez, sofreu baques com as picapes Chevrolet Silverado e GMC Sierra e, no pior caso, a Chevrolet Equinox, concorrente da RAV4, cujas vendas caíram em 39% quando pareadas com o ano anterior.
Foco nos híbridos
Na batalha contra a GM, a Toyota também pode ter se dado bem ao apostar em modelos híbridos, já que 25% das vendas nos EUA corresponderam a veículos dessa magnitude. No momento, a marca vende três tipos de trem de força eletrificado no país: híbridos, híbridos plug-in e carros movidos a célula de hidrogênio (no caso, o famigerado Mirai).
De qualquer forma, a GM acredita que a liderança da montadora japonesa se trata de um evento circunstancial. “Eu não teria pressa se fosse a Toyota e fizesse uma tatuagem ‘somos o número 1’”, debochou uma fonte da fabricante americana, em entrevista à Reuters.
A Toyota, por sua vez, acredita que a liderança não é sustentável no ano de 2022, descartando quaisquer planos de utilizar o título simbólico para fins de publicidade.
Via Olhardigital