O tic-tac infindável do relógio e seus mostradores, que só caminham para frente, indicam-nos que se aproxima célere o final do ano e um novo ano desponta no horizonte. Ufa!, até que enfim este ano está se esgotando, depois de muita apreensão, medo, alegrias e tristezas e 2022 promete ser o ano da esperança.
Uma das características do Homem é olhar sempre para frente, enfrentar as adversidades e tentar vencê-las, usando da inteligência que lhe permitiu dominar a natureza e se tornar senhor da Terra. Fizemos isto afastando de nós os constantes ataques da Natureza.
Os vírus, desde tempos imemoriais, são e serão nossos inimigos, buscando nos atingir e nos derrotar. O desenvolvimento da Ciência e da Medicina nos estava dando a sensação de um escudo protetor, quando um pequeníssimo e invisível organismo invadiu nossos corpos, provocando uma pandemia, que lançou o mundo num redemoinho de desespero e incerteza.
Vieram à tona lembranças de pandemias antigas, destruidoras de vida e desarranjadoras da sociedade, pandemias estas que pareciam perdidas no tempo, eventos passados, que não mais se repetiriam. Mas, elas se repetiram e a atual foi combatida com as atitudes heroicas dos profissionais da saúde, pesquisadores e cientistas, que dominaram seus medos individuais para atacarem de frente o perigo.
Num período curto, vacinas surgiram, trocaram-se experiências médicas de todas as partes e, embora a morte tenha ceifado um grande número de habitantes da Terra, começamos a ver a contenção da pandemia. É verdade que a nova cepa, a Ômicron, desconhecida e grave, lança contra nós todos seus batalhões, na tentativa de ganhar a guerra.
A batalha contra o vírus exigiu atitudes rápidas e enérgicas dos governos, que injetaram trilhões de dólares nas economias, gerando um excesso de liquidez mundial e provocando grande procura de bens que pudessem ser usados nos períodos de quarentena: confinados em casa, passamos a procurar como minorar nossa solidão. A grande inflação mundial é resultado da combinação dos dois fatores citados.
Os serviços praticamente desapareceram: nada de viagens, de voos, de visita a bares e restaurantes por um longo tempo. Agora, com o retorno paulatino à normalidade, que somente será obstada pela expansão da nova variante do vírus a exigir lockdowns, veremos que a inflação destes preços surgirá. Porém, como houve uma diminuição do poder aquisitivo da população, espera-se que este aumento de preços fique abaixo da inflação de bens que vimos e sentimos. O Brasil tem um perigo complementar que são as eleições do próximo ano, a lançar dúvidas e incertezas na economia.
E então, por que 2022 será o ano da esperança? É que, apesar da nova cepa, estamos melhor preparados para enfrentar a pandemia. O nível de vacinação do nosso povo é dos mais altos do mundo. Novos remédios já autorizados foram descobertos para auxiliar no combate ao coronavírus. E a curva da inflação de bens atingiu pico tal que deverá iniciar logo a estabilidade e mesmo queda dos preços. Retornamos devagar às nossas rotinas de frequentar bares, restaurantes, shoppings, ainda com os cuidados que a pandemia requer. Ao que tudo indica, no final do ano que se inicia estaremos mais perto de uma abertura ampla e segura. Talvez, o coronavírus tenha vindo para ficar, porém se atenuará e será combatido com vacinações anuais, como as contra a gripe.
Desejo a todos os meus leitores um Ano Novo realmente novo e que traga muita saúde e felicidades para todos nós.