Encerramos mais um ano de grandes lutas e desafios para o conjunto dos trabalhadores e, também, para os nossos servidores municipais. Foi sem dúvida um 2021 turbulento, duro, triste, desafiador, impregnado de lutas contra o autoritarismo, contra as constantes tentativas de todos os governos de restringir direitos, contra o negacionismo de Bolsonaro e outros governos frente à pandemia.
Diante da inflação, do protelamento no pagamento de dívidas reconhecidas pela Justiça e do congelamento salarial imposto por Bolsonaro, ainda foi preciso encontrar forças para melhor enfrentar a pandemia e os efeitos nefastos de um vírus mortal que tragicamente fez inúmeras vítimas em nossa categoria. A perda de servidores para a covid-19 causou grande consternação na direção do Sindicato e em todos os lutadores pela causa do funcionalismo e do serviço público de qualidade.
O ano de 2021 foi quando perdemos, para a covid-19, o companheiro Laerte Carlos Augusto, que interrompeu, brusca e prematuramente, uma vida integralmente dedicada ao Sindicato e aos trabalhadores. Mas Laerte e todos os servidores que foram abatidos pela Covid deixaram para todos nós o desafio de continuar a travar a luta em defesa da vida, dos nossos direitos e anseios, em defesa de um serviço público valorizado, de qualidade e de um futuro melhor para todos.
Com esse compromisso e propósito, na educação obtivemos a maior e mais importante vitória do sindicalismo em nível nacional contra os governos negacionistas: as aulas só voltaram depois da imunização efetiva dos trabalhadores da pasta, com fornecimento de EPIs e muitas adequações nas escolas municipais. Terminamos 2021 com uma série de conquistas, derrotando as medidas ilegais do governo, resgatando a integralidade do nosso PCCS, cobrando as horas extras do DAERP e lutando contra a extinção da autarquia, cobrando e garantido condições de trabalho adequadas para o conjunto da nossa categoria, preservando direitos dos nossos aposentados e pensionistas.
Iniciaremos 2022 com pautas específicas para a saúde, a assistência social, a cultura, o esporte, a segurança (GCM), com temas que verdadeiramente formam um painel de propostas e anseios dos trabalhadores frente aos enormes desafios apresentados no cotidiano do serviço público. O Sindicato inicia o novo ano com a constatação do agravamento das condições de vida e saúde dos nossos aposentados e pensionistas, que também sentem a queda da renda média e o aumento das dificuldades. Estamos vivendo em uma sociedade individualista, que cada vez mais cultua o sucesso pessoal. Mas a direção do nosso Sindicato tem o compromisso e a missão de não esquecer nem por um momento dos trabalhadores que hoje não estão mais na ativa, mas que já fizeram a diferença na vida das pessoas e da nossa cidade.
O nosso Sindicato em 2022 seguirá como um ponto importante e indispensável de resistência e de construção de uma frente de luta contra o negacionismo e a tentativa de esvaziamento de direitos. A expectativa da nossa direção é que neste novo ano se aprofunde ainda mais a união da nossa categoria e que a já conhecida capacidade de luta dos nossos servidores contribua para a promoção de alternativas avançadas e progressistas de políticas públicas nos municípios onde atuamos.
Diante dessa confluência de crises que certamente nos esperam em 2022, evidenciam-se a necessidade e a urgência de se debater as alternativas possíveis. Passamos da fase vivida em 2021, da afirmação corajosa da força do Sindicato e da defesa dos direitos dos servidores, incluindo o direito à vida, para a fase que se inicia em 2022: o momento de afirmação renovada e crescente da luta como instrumento de conquista.
O avanço que a nossa categoria e o serviço público tanto buscam e precisam não é possível ser conquistado sem unidade, sem estratégia, sem capacidade, sem Sindicato e sem luta. Nos primeiros meses de 2022 vamos debater com os trabalhadores a definição e aplicação de um plano de trabalho e de luta que abra caminho para conquistarmos o reconhecimento e a valorização profissional da nossa categoria e o fortalecimento do serviço público. Neste sentido, não tenho a menor dúvida de que 2022 será, essencialmente, um Ano Novo de Lutas!