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O segundo Natal da pandemia

E eis que vamos viver o segundo Natal deste período incerto de nossas vidas, quando a pandemia dá sinais de arrefecimento, mas aparece com nova e desconhecida cepa a nos exigir mais cautela e atenção. Nada de abandonar as máscaras, nem da lavagem constante das mãos, nem das proximidades, que tanto encantam a nós, brasileiros.

Quando a pandemia começou, parecia impossível, num mundo tão desenvolvido, com soluções médicas e sanitá­rias tão avançadas, que um invisível inimigo transtornasse nossas vidas. Muitas delas foram por ele levadas, criando um vazio de familiares e amigos e a perplexidade de nossa pergunta: “Como isto pôde acontecer?”

Várias teorias se construíram para explicar de onde e como o vírus veio, se instalou, se propagou, entrou em nossas casas, ameaçou e amedrontou a todos. A inteligên­cia humana se mobilizou na busca de soluções e várias vacinas foram criadas e produzidas, agora aplicadas em boa parte da população mundial e provando ser a solução para o contágio. Infelizmente, regiões pobres ainda não se vacinaram e os eternos negativistas que se recusam à imunização se tornaram território fértil para o surgimento de novas cepas.

E assim comemoraremos o Natal de 2021. Ainda relembrando aqueles que sucumbiram à doença, os que ficaram com sequelas, os que se infectaram e conseguiram suplantar a doença. Uns, de maneira quase imperceptível, assintomáticos. Outros, com sintomas leves. E, infeliz­mente, aqueles que precisaram de internação hospitalar e passaram pelo calvário da entubação.

Natal é festa de nossa civilização ocidental, marca o nascimento de Jesus Cristo, que talvez nem tenha nas­cido a 25 de dezembro. Alguns creem piamente que era o Deus feito Homem, trazido à Terra para colocar a Hu­manidade no caminho do amor. Outros, desacreditan­do da origem divina, reconhecem, entretanto, que Ele conseguiu moldar uma civilização, com ensinamentos que perduram por dois milênios. É hora de reunir a fa­mília, relembrar os momentos bons e os difíceis do ano, comemorar em torno da mesa a existência e os sucessos, a maneira como vencemos as dificuldades, suspender nossa vida agitada para simplesmente comemorar. Na mesa mais rica e na mais pobre, todos se irmanam e se lembram de que vivemos numa comunidade local e mundial e de que esta precisa do nosso exercício cons­tante de solidariedade, pois somos todos interligados a todos nesta nossa sociedade humana.

É tempo também de pensar nos que não terão recursos para comemorar a data, que será como qualquer outro dia, com dificuldades, fome, falta de habitação e saúde. Dos que estão desempregados e não vêm perspectivas. Dos que perderam entes queridos.

Natal é data que nos lembra fraternidade, virtude fácil de conceituar, mas difícil de se concretizar. Fraternidade com nossos próximos e também com nossos distantes. Com aqueles que convivem conosco e com aqueles que nem conhecemos. Fraternidade que se constitui pelos nos­sos gestos e ações e não somente com nossas intenções.

A imaginação humana concebeu vários símbolos para a data: a árvore coberta de neve, como é comum nos países do Hemisfério Norte, mostrando que o verde consegue subsistir mesmo nas piores condições climáticas e o simpá­tico velhinho da Coca-Cola, com sua imensa barba branca e seu saco cheio de presentes para dar às meninas e meni­nos que se comportaram bem no ano.

Que tenhamos todos um ótimo Natal!

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