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FUNDAÇÃO CASA – Moradores do Jardim Paulista preocupados com abrigo da Fundação Casa

ALFREDO RISK

Moradores do Jardim Paulista, localizado entre a Zona Leste e região central da cidade, estão preocupa­dos com a instalação em uma residência, na rua Piracica­ba, 1.444, de um abrigo para jovens e adolescentes no re­gime de semiliberdade da Fundação Casa. Eles estão se mobilizando e não descartam questionar na Justiça a mu­dança dos novos inquilinos.

Um grupo, denominado Grupo Solidário do Jardim Paulista, se organizou. Além de contratar uma advogada, também moradora no bairro, os moradores estão realizando diversas ações.

A advogada Fabíola Coe­lho, que representa o Grupo diz que o “bairro foi esco­lhido de surpresa, tomando conhecimento alguns dias depois de todos os atos con­sumados e já publicados no Diário Oficial”.

A primeira preocupação é com a segurança. “Estamos buscando maiores informações, e ao mesmo tempo em que se trata de medida teoricamente louvável, ela se torna temerária à segurança dos moradores”.

“Segundo pesquisamos, essa medida visa deixar o adoles­cente apenas com uma agenda, sem monitoramento ou vigia, para sentir responsabilidade pelos seus atos na vida civil, e tentam justificar que esse é o motivo da instalação em bair­ros povoados e guarnecidos com Escolas e outros estabele­cimentos, para facilitar o obje­tivo de reintegração do menor à sociedade”, diz a advogada salientando que o Grupo pes­quisou e teve informações que em outros bairros o abrigo não deu certo.

Os moradores, segundo Co­elho, reclamam muito de falta de informação. “Por exemplo, como efetivamente funciona­rá na prática, qual é o critério de avaliação até concluir que o menor está apto para essa medida de semiliberdade, também o motivo de não ter dado certo em outros bairros, etc. São muitas dúvidas e ne­nhuma informação”.

O Grupo está buscando ações extrajudiciais, como: abaixo-assinado com mais de 700 assinaturas, reuniões e contatos pessoais com verea­dores e deputados. “Já entra­mos em contato com promo­tores públicos e se necessário também vamos ingressar com medida judicial”, disse.

Na próxima quarta-feira, dia 15, segundo a advogada, o Grupo será recebido em uma reunião com representantes da Fundação Casa.

Outro lado
A Fundação Casa enviou uma nota, por meio de sua assessoria de imprensa, es­clarecendo “que a decisão de alterar o endereço do Centro de Semiliberdade de Ribeirão Preto foi amparada no prin­cípio da economicidade”.

Diz a nota que “a medida segue a determinação do Es­tatuto da Criança e do Ado­lescente (ECA) e do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase), que prevê a instalação do Centro em local onde os adoles­centes tenham facilidade para usar os equipamentos disponíveis da comunidade para estudar, trabalhar, pra­ticar atividades físicas e re­alizar cursos profissionais”.

Completa afirmando que “os adolescentes são assisti­dos por uma equipe multi­disciplinar, que conta com Psicólogo, Assistente Social, Pedagogo, Agentes Educa­cionais e Agentes de Apoio Socioeducativos. Esses pro­fissionais buscam proporcio­nar aos adolescentes sua rein­serção na sociedade de forma digna e produtiva, valorizando a educação e o trabalho. Nos finais de semana, os jovens são encaminhados para o convívio com seus familiares, retornan­do ao Centro de Semiliberdade no início da semana para dar continuidade à medida”.

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