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A cidadania se forma com bons exemplos

Vejo algumas pessoas que costumam viajar para paí­ses chamados desenvolvidos, e relatarem a diferença do comportamento cotidiano destas populações em relação ao comportamento da população brasileira,nestas populações o respeito às leis e ao próximo entre os seus é algo inego­ciável, a vida destas populações vem sempre em primeiro lugar, mesmo que no passado tenham praticado verdadei­ros genocídios contra populações que na visão deles eram seres inferiores.

No Brasil, os governantes ao longo da história nunca se preocuparam com a população pobre, e com este desprezo proposital ajuda a sedimentar a velha máxima, de que estas políticas de inclusão e igualdade não são para o Brasil, pois a população ainda não tem discernimento para enten­der estas políticas, e segundo esta “gente de bem”, que se apropriaram dos poderes constituídos, o Brasil é o país do jeitinho, e não há o que fazer. E é para manter tudo como sempre foi que maltratam com eficácia a educação básica pública, pois sabem de cátedra que o conhecimento liber­ta, e manter os pobres presos na caverna é fundamental.

A educação tradicional, que se mantém viva, ape­sar das novas tecnologias das redes sociais, corrobora eficazmente para o atraso da educação básica pública, pois a nova geração que vive plugada nas redes sociais, e a cada dia que passa vai perdendo o interesse pelas matérias expostas nos currículos escolares, que na maioria das vezes não desperta o interesse, pois estão apartadas das suas realidades. A meninada aprende mais nos desenhos infantis, e nas redes sociais sobre o respeito e a cidadania, do que no ambiente escolar.

Vi duas situações envolvendo crianças que me chama­ram a atenção: a primeira é sobre uma menina de quatro anos que foi com os seus pais visitar uma escola privada de educação infantil, para fazer a sua matricula, enquanto os pais conversavam com a diretora, a menina junto com outras crianças, acompanhada por uma professora foi conhecer a escola, depois da visita, já no carro, a menina comentou com os pais: “eu tenho uma reclamação a fazer, ninguém faz fila, eu fiquei esperando para brincar no es­corregador, e não consegui, e teve criança que brincou várias vezes, isso não é certo”, disse para a mãe. Ela havia assistido em um desenho animado, que todos têm que respeitar, e esperar a sua vez – criança sabe respeitar desde cedo.

A segunda foi em uma rua em frente a uma escola pública, uma menina do primeiro ano do ensino funda­mental, que estava junto com a sua mãe chegou à faixa de pedestre, e fez sinal com a mão para os carros parassem e assim ela pudesse atravessar- ninguém parou, ela tinha assistido em um filme, que a faixa de pedestre perto da es­cola era prioridade para os alunos, que era só fazer o sinal com a mão, ou pisar na faixa. São duas situações que mos­tram que o aprendizado de nossas crianças só vai acon­tecer com bons exemplos, elas não precisam de castigos, só precisam que os adultos sejam espelhos que reflitam a cidadania. Admirar outras culturas, onde se respeita as leis e se pratica a cidadania, e achar que isso não é para nos­so bico, afronta à cidadania que os pequeninos já trazem desde tenra idade.

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