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O papel das associações de classe hoje

As associações têm grandes desafios no mundo con­temporâneo – conectado, ágil, com legislação sofisticada e pautado por hábitos comportamentais muito diferentes daquele conjunto de necessidades que forjou o surgimento dessas entidades nos anos de 1940. Foi entre os anos 1930 e 1940 que o país viu o surgimento de entidades classistas, notadamente as associações, sindicatos e conselhos de classe, como o sistema CONFEA/CREA.

A AEAARP foi fundada em 1948 como resposta às necessidades profissionais daqueles que, com formação consolidada, ainda disputavam posições com leigos, que ocupavam cargos e funções públicas e privadas para as quais não tinham habilitação. A Associação foi – e é – importante parceira do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (CREA-SP), que até 2011 também abrigava os profissionais de Arquitetura.

Quando olhamos para 1948 e em seguida voltamos nos­sa atenção para 2021 ou 2022, nós encontramos os mesmos desafios. Nessas mais de sete décadas evoluímos muito – em normatização da atuação profissional, na transparência das regras de habilitação e na composição de uma legislação que protege o cidadão e valoriza o conhecimento técnico. Em contrapartida, os desafios seguem semelhantes.

É sempre uma via de mão dupla: de um lado estamos nós, os técnicos. Do outro o cidadão comum. Nós sabemos fazer e a sociedade precisa que desempenhemos nossas atividades com cada vez mais precisão e responsabilidade.

Ainda que tenhamos desafios bem semelhantes aos de 1948 – guardadas as devidas proporções, é claro – hoje nós também precisamos investir em algo que àquela época poderia parecer mais simples: as relações interpessoais. É algo como deixar o cálculo matemático um pouco de lado por alguns instantes e participar de encontros profissio­nais e sociais, que proporciona o que o mundo corporativo chama de networking.

Associações de classe como a AEAARP são ambientes cada vez mais qualificados para essas trocas e contatos. Em nossa associação formamos grupos setoriais – de mulhe­res e jovens – para ir um pouco além disso. A intenção é proporcionar um ambiente propício ao diálogo acerca de questões que são próprias desses públicos.

Nesta reflexão sobre o papel das Associações de classe no mundo contemporâneo, penso que nosso lugar hoje é o do diálogo. E a nossa função é a de abrir as portas e propor­cionar um ambiente arejado de ideias e conhecimentos para que sejamos cada vez mais capazes de garantir soluções com a segurança que o cidadão de nossa cidade quer e merece.

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