Tribuna Ribeirão
Geral

Larga Brasa

Agarrou o tarado à unha
Quando o município possuía uma grande indústria de fiação e tecelagem, a Matarazzo, os marmanjos ficavam à porta da fábrica na troca de turnos. As moças e os rapazes do bairro Campos Elíseos para a rua Silveira Martins se dirigiam para tentar conquistar seus maridos e mulheres. Muitos casamen­tos surgiram naquele local e mesmo dentro da fábrica, que chegou a possuir mais de 2.500 postos de trabalho.
O grande temor das moças e senhoras era a saída na madru­gada, por volta de 5h, no período que era mais escuro. Elas que residiam no Ipiranga deviam passar em trecho ermo em área do Daerp, às margens do Ribeirão Preto, em que se misturava lixo, mato e muitas vezes bandidos.
Sempre elas tentavam sair em “comboios” rapazes e moças para se acautelarem. Todas faziam suposições e formas de enfrentarem os marginais.

Visão de futuro
Uma das trabalhadoras no setor de estamparia ficava em casa “maquinando” o que poderia fazer para espantar os tarados da rua Pernambuco. A rua tinha uma ou outra luminária, bruxule­ante e depois só no Ipiranga, próximo da travessa Raimundo Correa, é que ficava menos breu. Mas, ela ficava elucubrando de como fazer para impedir que fosse maculada pela ação dos bandidos.

Eis que senão quando…
Certa madrugada, quando seus companheiros e companhei­ras mudaram de turno e ela se viu sozinha com seus passos ecoando na escuridão, eis que alguém começou a seguí-la. Ela acelerava os passos e ele a acompanhava. Quando chegaram em trilhas no matagal à beira do rio entre Barracão (era este o nome do Ipiranga) e Campos Elíseos, o bandido a agarrou pelo pescoço. Tapou-lhe a boca e a arrastou para dentro do mato em meio ao lixo, etc. Ela tentou manter a calma e começou a colocar seu plano. Disse ao marginal: -“Calma, você sempre esteve nos meus pensamentos. Eu sempre pretendi perder mi­nha virgindade com um homem másculo como você. Eu não vou gritar. Pode colocar sua faca ao lado que eu me preparo. Quero uma relação com calma. Retire sua roupa enquanto fico pronta”. Ele rapidamente começou a se despir e ela em san­ção rápida agarrou suas partes genitais com tanta fúria que só se ouviu um grunhido na madrugada. Enquanto ele ficava nos uuiiis e aiiis ela fugiu para a rua Pernambuco por onde passavam seus colegas que chamaram uma viatura que ficava perto do Hospital Ana Diederichsen. Ninguém conseguiu pe­gar o bandido sexual que se embrenhou pelo meio do rio e desapareceu. A Polícia ainda realizou diligências, mas nada efetivo encontrou.

O dia seguinte
No dia seguinte as colegas da vítima quase de ação consu­mada, perguntavam a ela como teve tranquilidade e ideia rápi­da para agir em momento tão angustiante. Ela creditou à sua Santa Edwirges a sua proteção. Deixou o emprego, conseguiu um namorado e nunca mais voltou ao trabalho. Mas o exemplo ficou e todas as moças saíam conjuntamente na hora da troca dos turnos.

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