A Rodovia Anhanguera (SP- 330) está entre as dez melhores rodovias para circular em todo o Brasil. O ranking, que inclui trechos administrados por Entrevias Concessionária de Rodovias e Arteris ViaPaulista, na região de Ribeirão Preto, é resultado de pesquisa da Confederação Nacional de Transportes (CNT), divulgada nesta quinta-feira, 2 de dezembro.
O estudo traz um panorama sobre o cenário da infraestrutura rodoviária brasileira. Em uma extensão de 131 quilômetros – entre Ribeirão Preto e Igarapava –, o segmento da Anhanguera administrado pela Entrevias representa um importante corredor para o escoamento da produção do agronegócio e da indústria.
Abrange a confluência do Estado de São Paulo com o Triângulo Mineiro.
É também a rota que beneficia diretamente cerca de um milhão de habitantes dos municípios de Ribeirão Preto, Jardinópolis, Sales Oliveira, Orlândia, São Joaquim da Barra, Guará, Ituverava, Buritizal, Aramina e Igarapava. Administra duas praças de pedágio na SP-330, em Sales Oliveira e Ituverava.
A Arteris ViaPaulista administra o trecho de aproximadamente 170 quilômetros entre Ribeirão Preto e Cordeirópolis, que ocupa a nona posição. Tem duas praças de pedágio no caminho, em Santa Rita do Passa Quatro e São Simão. Além disso, a concessionária é responsável pela Rodovia Cândido Portinari (SP-334), entre Franca e Ribeirão Preto, eleita a quarta melhor do país.
O índice obtido pela Anhanguera está na contramão do raio-X de 109 mil quilômetros de rodovias do país, que têm mais de 60% de vias consideradas regulares, ruins ou péssimas. Estão em São Paulo as 14 melhores rodovias brasileiras. A primeira colocada neste ranking nacional é a Rodovia Euclides da Cunha (SP- 320, no trecho Rubinéia/Mirasol), administrada pelo Departamento de Estradas e Rodagem (DER). As outras 13 são concessionadas e estão sob a gestão da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp).
Ampliando mais a análise, o Estado de São Paulo tem 16 das 20 melhores. Desde o início do Programa de Concessão, em 1998, já foram investidos mais de R$ 54 bilhões em obras sob concessão, em aproximadamente 11.600 quilômetros de rodovias. As concessões paulistas já viabilizaram mais de 1.638 quilômetros de duplicações em rodovias estaduais, além de 86 quilômetros de prolongamento de rodovias, 3.287 quilômetros de faixas adicionais, 360 quilômetros de contornos e mais de 50 mil quilômetros de recapeamento.
O estudo da CNT
Quase um quarto da malha rodoviária brasileira pavimentada está em estado péssimo (6,9%) ou ruim (16,3%). A maior fatia, 38,6%, se encontra apenas regular, contra 38,2% em boas ou ótimas condições – esse número era de 41% em 2019. É o que revela nova pesquisa da CNT sobre as rodovias do país.
A correção dos problemas mais urgentes nas estradas demandaria dezenas de bilhões. Para a reconstrução e restauração de vias, a CNT calculou ser necessário um investimento de R$ 62,9 bilhões. Já a manutenção dos trechos desgastados custaria R$ 19,6 bilhões. O quadro de problemas piora no recorte de rodovias sob gestão pública.
Nele, apenas 28,2% dos trechos analisados estão em estado ótimo ou bom.
Entre 2016 e 2020, o investimento médio do governo federal foi de R$ 8,9 bilhões, segundo a CNT. Já em 2021, se considerado todo o montante autorizado no orçamento para obras em rodovias, o valor cai para R$ 5,8 bilhões.
O investimento abaixo do necessário é uma das grandes reclamações da confederação. Outro dado destacado pela entidade é que, enquanto o valor de investimentos pagos em rodovias federais neste ano foi de R$ 4,16 bilhões, o custo com acidentes representa o dobro. A estimativa é que, até setembro, R$ 8,85 bilhões tenham sido gastos em razão de acidentes.
Estradas concedidas
Os investimentos nas rodovias concedidas, no entanto, são mais expressivos. “Muito superior” em relação ao público federal, aponta a CNT. Nas vias concedidas, a média de investimento por quilômetro é de R$ 381,04 mil, contra cerca de R$ 162 mil nas rodovias federais sob gestão pública. Esses dados refletem em melhores condições das estradas sob concessão, uma vez que, da extensão analisada, 74,2% estão em estado ótimo ou bom, contra 28,2% das rodovias sob gestão pública.