Tribuna Ribeirão
Saúde

Mortes por aids recuam 44,8%

© Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dados inéditos da Se­cretaria de Estado da Saúde mostram que São Paulo re­gistrou queda de 44,8% na taxa de mortalidade por aids e de 42% na incidência de casos da doença nos últimos dez anos. Os índices refletem a melhoria nas estratégias de prevenção e assistência na rede pública de saúde.

A queda de óbitos está re­lacionada principalmente ao acesso a tratamento antirretro­viral, disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS). Em números absolutos, houve 1.880 vítimas fatais da doença no ano passado, contra 3.141 em 2010. Naquele ano, houve também 8.521 casos novos de aids, e em 2020, este número chegou a 5.363 casos.

“A redução dos índices da aids é fruto de políticas públi­cas promovidas pelo Governo do Estado e da conscientização da população, lutando sempre contra o estigma e discrimi­nação envolvendo HIV/Aids. Incentivamos permanente­mente o autocuidado por meio da realização de testes periódicos e do uso da pre­venção combinada”, destaca o secretário de Estado da Saú­de, Jean Gorinchteyn.

Gorinchteyn também assi­nou nesta quarta-feira a “De­claração de Paris”, que tem o objetivo de ampliar as políticas públicas do estado com o obje­tivo de zerar as novas infecções por HIV e as mortes devido às complicações da aids até o ano de 2030. O documento é uma iniciativa co-liderada pelo Pro­grama Conjunto da Organiza­ção das Nações Unidas sobre HIV e Aids (Unaids).

O documento estipula me­tas: diagnosticar 95% da popu­lação que vive com HIV, tratar 95% da população diagnos­ticada e zerar a carga viral de 95% dos pacientes que fazem tratamento contra o HIV. São Paulo é o primeiro estado do Brasil a assinar a nova versão da declaração que teve as me­tas atualizadas este ano. Até o ano passado, as metas eram 90%, 90%, 90%.

Detecção do HIV
As novas estatísticas do Pro­grama Estadual IST/Aids mos­tram crescimento de 19,6% no número total de casos de infecção pelo HIV nos últimos dez anos, passando de 5.295 em 2010 para 6.332 em 2020. Para os homens elevou-se em 40% (de 3.667 para 5.133), e observou-se queda de 26,4% para as mulheres (de 1.628 para 1.199).

O crescimento pode ser observado especialmente nas taxas de detecção de novas in­fecções pelo HIV em homens, que elevaram-se de 8,4 para 14,3 por 100 mil habitantes na faixa etária 15 a 19 anos; de 33,7 para 62,3 em jovens de 20 a 24 anos; em adultos de 25 a 29 anos de 39,3 para 72,8 e de 34,4 para 39,2 por 100 mil habitantes do sexo masculino de 30 a 39 anos de idade, entre os anos de 2010 e 2020, respectivamente.

O Estado de São Paulo oferta testes para HIV e sí­filis gratuitos o ano todo e incentiva a adesão da popu­lação. “O diagnóstico preco­ce é uma forma de garantir tratamento adequado e, ain­da, proteger outras pessoas”, afirma o coordenador do Centro de Referência e Trei­namento IST/Aids-SP, Ale­xandre Gonçalves.

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