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PASSAPORTE DA SAÚDE – CCJ da Câmara arquiva projeto

ALFREDO RISK

A Comissão de Constitui­ção, Justiça e Redação (CCJ) da Câmara de Ribeirão Preto emitiu parecer contrário ao projeto de lei de Luís Antonio França (PSB) que pretendia es­tabelecer a obrigatoriedade da apresentação do comprovante de vacinação contra a covid-19 na cidade, o popular “passa­porte da saúde”.

A proposta havia sido pro­tocolada na Câmara de Vere­adores em 25 de novembro e condicionava a presença das pessoas em vários locais da ci­dade somente após serem imu­nizadas com pelo menos uma dose da vacina. O presidente da CCJ, Isaac Antunes (PL) não assinou o documento.

A justificativa para o veto é de que o projeto “fere os di­tames legais e constitucionais quanto a separação dos pode­res, a competência e os limites de cada um dos entes federa­tivos, como no que concerne também a autonomia política, legislativa, administrativa e fi­nanceira dos municípios. Vício de legalidade”.

Na sessão de terça-feira (30), mesmo sem votação de projetos por causa da eleição da Mesa Diretora, teve protesto no plenário Jornalista Orlando Vitaliano do Palácio Antônio Machado Sant’Anna, sede do Legislativo. Um grupo de apro­ximadamente 40 pessoas levou cartaz para protestar contra o que chamam de “segregação”.

Segundo Andre Ferraz, au­ditor fiscal do Estado, os mani­festantes não são contra a va­cina, mas a favor da liberdade de escolha. Eles defendem a realização de audiência públi­ca com toda a sociedade antes que qualquer proposta deste tipo seja imposta à população.

Porém, os cartazes apre­sentados na sessão da Câ­mara mostram exatamente o contrário do que diz o au­ditor. Os manifestantes, ne­gacionistas, exibiram frases como “morte súbita pós-vaci­na”, “não sou cobaia” e outras “pérolas” como se os imuni­zantes causassem trombose pulmonar, derrame cerebral (AVC) ou enfarte, mesmo diante de todos os estudos científicos já comprovados.

Entre os locais onde o comprovante seria exigido estão as repartições e órgãos públicos municipais, estadu­ais e federais estabelecidos do município; eventos com pú­blico igual ou superior a 200 pessoas como shows, feiras, congressos e jogos; e restau­rantes, bares, hotéis e simila­res com lotação igual ou su­perior a 100 pessoas.

Não foram incluídas na obrigatoriedade as pessoas com expressa contraindicação médica, fundamentada no Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, desde que homologada pela Secretaria Municipal de Saúde. Pela pro­posta, quem não respeitasse as regras e restrições estaria sujei­to às penalidades cabíveis.

As punições seriam previs­tas em decreto regulamentado pelo Executivo, após a aprova­ção da lei pelos vereadores e a eventual sanção pelo prefeito Duarte Nogueira (PSDB). O projeto estabelecia ainda que a exigência do passaporte de vacinação contra a covid-19 seria suspenso assim que a Organização Mundial de Saú­de (OMS) declarasse o fim da pandemia de coronavírus.

Como argumento para a aprovação da proposta, o par­lamentar cita pesquisa feita pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). O es­tudo recente mostra que 249 municípios, de um total de 1,8 mil prefeituras, já adotaram alguma exigência do compro­vante para permitir que pesso­as imunizadas tenham acesso livre a shows, feiras, congres­sos, eventos e outros ambientes com aglomerações.

Bom senso
Em 11 de novembro, a Câ­mara de Ribeirão Preto negou uma moção de congratulações para deputados estaduais au­tores de um projeto de lei que proíbe a exigência de compro­vante de vacinação contra o coronavírus em locais públicos e privados fechados. A pro­posta foi apresentada no dia 2 do mês passado, na Assem­bleia Legislativa de São Paulo (Alesp), e ainda não foi votada.

Assinam o documento os deputados Janaina Paschoal (PSL), Altair Moraes (Repu­blicanos), Carlos Cezar (PSB), Castello Branco (PSL), Coronel Nishikawa (PSL), Coronel Te­lhada (PP), Agente Federal Da­nilo Balas (PSL), Delegado Olim (PP), Douglas Garcia (PTB), Gil Diniz (sem partido), Leticia Aguiar (PSL), Major Mecca (PSL) e Marta Costa (PSD).

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