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Que vergonha, vereadora!

A vereadora Gláucia Berenice (DEM) continua com a sua cruzada de intervir na educação do município com a sua política conservadora, ditada por alguns grupos evangélicos da cidade. Mas, desta vez, ela foi longe demais e se deu mal com a Justiça. Parece que a vereadora não sabe que foi eleita para um cargo legislativo, já que se assanhou em participar de uma comissão eleitoral fajuta para promover uma eleição fajuta para um conselho municipal de educação, também fajuto. A juíza, que julgou o caso, lembrou à vereadora que ela deve fiscalizar o governo e não partici­par dele! Vou explicar porque tanta fajutice assim.

Quem te viu, quem te vê, vereadora! Foi aquela mulher corajosa na defesa dos direitos das crianças e adolescentes, foi conselheira tutelar, fez parte do Conselho de Direitos, de discussões de políticas públicas sérias. Até o primeiro mandato, era vista com simpatia pela sociedade em geral, pelo seu compro­misso com as questões sociais e a transparência pública. Agora, virou este arremedo municipal de Malafaia, Edir Macedo, Waldemiro Santiago e outras pragas que infestam a nossa história política recente, querendo moldar a todos nós à sua imagem e semelhança. Representa, na Câmara, um segmento exclusivo, dando as costas para a sociedade em geral. Triste!

Ela resolveu, agora, como presidente da Comissão de Educação da Câmara, fazer uma intervenção aberta na rede municipal de ensino com as bênçãos do prefeito e deste secretário de educação que não entende nada de Educação. Conspiraram, os três, para dissolver um conselho atuante, mas que incomodava o executivo, e aprovaram um projeto de lei para criar um conse­lho lambe-botas do prefeito e do secretário. Temos também de chamar estes vereadores nogueiristas à responsabilidade. Como o golpismo está na moda, com a ascensão da extrema-direita, eles golpearam um Conselho de Educação legítima e democraticamente eleito de acordo com a lei. Já foi para a Justiça.

Parabéns Jean Corauci, Coletivo Popular Judeti Zilli, Igor Oliveira, Lincoln Fernandes, França, Duda Hidalgo, Matheus Moreno, Ramon Todas as Vozes e Zerbinato! Vocês honraram o voto que receberam, não se submetendo a este embuste. Provaram independência e respeito à democracia. E o resto dos vereadores? Bom, o resto é … o resto… Repro­duzem ipsis litteris aquela relação promíscua de uma Câmara submissa aos caprichos sevandijinistas da prefeita de triste memória. Posso afirmar com todas as letras: esta é a pior composição de Câmara de toda a história política de Ribeirão. A mais antipovo, a mais servil, a mais vergonhosa!

Mas a vereadora Gláucia ocupa um lugar de destaque neste concerto. Ela quer porque quer estar conectada com o que há de pior na política em nível nacional. Quer trazer para Ribeirão as pautas que norteiam o governo de extrema-direita de Bolsonaro e seus asseclas. A vereadora puxou uma passeata de evangélicos e alguns católicos incautos por “uma infância sem pornografia”, como se nossas professoras e professores estivessem ensinando porno­grafia nas escolas. Armou uma confusão no Museu de Arte (MARP) por causa de uma exposição. Faz coro com outros vereadores ao negacionis­mo. Recentemente, quis dar título de cidadania à ministra Damares Alves.

E reproduzo aqui a advertência do “Cafezinho dos Vereadores” de Paulo Sartre: “A Secretaria Municipal da Educação (SME) nega espaço para quem realmente quer representar sem ‘comissão’, cargo, salário ou verbas e abre espaço para uma vereadora com força desproporcional de gabinete, assessores para impor sua pauta a qualquer custo. É bom a SME repensar sobre a representatividade ‘legal’ do Conselho Municipal da Educação”. Em outras palavras: a Justiça, até agora, só mandou suspender a eleição fajuta conduzida pela vereadora. Ainda não julgou a lei fajuta aprovada pela base do prefeito na Câmara. Esperemos.

Escola sem partido, homeschooling, ensino religioso confessional, con­trole sobre a educação do município são as meninas dos olhos da vereadora Gláucia. Ela quer ser a substituta do antigo coronel que também fazia o jogo de alguns evangélicos. Com mais discrição. Quer ser a coronel de saia. Quem te viu, quem te vê, vereadora! Parece que só a própria não se percebe neste papel ridículo que vem desempenhando. Quer manter em discussão a mamadeira de piroca! Quer manter acesa a chama entre alguns evangé­licos que nos levou ao pior governo da história. Vá procurar o que fazer, vereadora! Trabalho sério para vereador(a) não falta em nossa cidade!

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