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Ribeirão Preto se destaca em saneamento e abastecimento

ALFREDO RISK

Nesta segunda-feira, 22 de novembro, o Instituto Água e Saneamento (IAS) divulgará seu relatório anual. Nesta edi­ção, o tema do levantamento é “Saneamento 2021 – Balanço e perspectivas após aprova­ção da Lei 14.026/2020”, que traz uma análise profunda dos acontecimentos no cenário po­lítico nacional acerca do sanea­mento, tendo em vista a apro­vação do Novo Marco Legal do Saneamento, sancionado em julho de 2020.

No último dia 19, sexta-fei­ra, por conta da comemoração do Dia Mundial do Banheiro, data destinada pela ONU para o mundo refletir sobre a fal­ta de saneamento básico para a maioria dos habitantes do planeta, o Tribuna teve acesso a parte do estudo e constatou que Ribeirão Preto destoa po­sitivamente da maioria das ci­dades brasileiras. No entanto, a região tem desafios.

Tratamento de esgoto: 99,59% dos ribeirão-pretanos têm acesso aos serviços de esgotamento sanitário

No geral, o documento da IAS traz uma análise crítica sobre ações e normas edita­das pelo governo federal e Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA), prazos previstos e efetivamente reali­zados, além da reorganização da gestão do saneamento regu­lamentada pelos estados e seus desdobramentos.

Partindo disso, o relatório detalha regulamentações e ações necessárias para 2022, trazendo também temas re­lacionados à atual conjun­tura que precisam ser incor­porados, como crise hídrica, aumento da população em ocupações precárias e em si­tuação de rua.

O dossiê também eviden­cia a falta de debate, estudos técnicos, participação social e transparência na elabora­ção das etapas de regionali­zação do saneamento básico, que vencem em março de 2022. O IAS aponta para a falta de participação pública no processo em São Paulo.

Ribeirão Preto à frente de demais cidades

Apesar de estar com altos índices, ainda há problemas a serem resolvidos

Ribeirão Preto é tida pelo IAS como cidade de “bons exemplos de taxas de atendi­mento”. O relatório constatou que 99,74% da população da cidade têm acesso aos serviços de abastecimento de água e 99,59% têm acesso aos serviços de esgotamento sanitário.

O IAS coloca, neste senti­do, a questão de como inserir o município no plano de regiona­lização – principalmente diante das problemáticas apontadas pelo relatório -, uma vez que a cidade já tem o atendimento de saneamento próprio regido por autarquia municipal, no caso o Departamento de Água e Esgostos – Daerp.

“Ribeirão entraria na regio­nalização da prestação desses serviços públicos como o ‘filé’ para ajudar a subsidiar outros municípios com índices de atendimento bem inferiores, com o objetivo final de uni­versalização do acesso a água e esgoto até 2033. Essa é a ló­gica expressa no Novo Marco Legal. Nesse contexto, haverá interesse para o município de Ribeirão Preto, que tem uma própria empresa de água e es­goto – Daerp, que é superavi­tária e que já faz parte de um colegiado metropolitano ade­rir à regionalização do sanea­mento proposta pelo Gover­no do Estado de São Paulo?”, indaga Marussia Whately, diretora do IAS, em entrevista exclusiva ao Tribuna.

Região Metropolitana de Ribeirão foi desconsiderada
Marussia criticou a forma como foi aprovada na Assem­bleia Legislativa de São Paulo, em junho passado, o Projeto de Lei que dividiu o estado em regiões de atendimento de saneamento. O projeto buscou atender uma diretriz presente na Lei Federal do “novo” Marco Legal do Sa­neamento, que condiciona a prestação regionalizada dos serviços de saneamento ao acesso a financiamentos com recursos federais.

A dirigente diz que não houve discussões ou audiên­cias com as partes interessa­das. “Não houve prévia seja com os comitês de bacia, com as regiões metropolitanas ou mesmo como prestador de serviço e agências regulado­ras existentes no Estado de São Paulo. Foi para Assem­bleia e a discussão aconteceu na Assembleia super-rápida, em pouco mais de um mês”.

O projeto aprovado dividiu São Paulo em quatro Unidades Regionais de Serviços de Abas­tecimento de Água Potável e Es­gotamento Sanitário (URAEs).

“Fragmentou a Região Me­tropolitana de Ribeirão Preto (33 municípios), sendo que 25 ficaram na URAE Norte e 8 na URAE Sudeste, que tem ao todo 370 municípios, que são os atendidos pela SABESP”, ressaltou. “Não foram levados em consideração a prestação do serviço, limites de municí­pios, de bacias hidrográficas, deixando municípios Ilhados”, completou. Na Urae Norte, onde está a cidade de Ribeirão Preto há 142 municípios.

O relatoria da IAS alerta para a possibilidade de dupli­cação das instâncias de gover­nança a serem criadas para cada unidade, dependendo da adesão dos municípios, o que tornará mais confuso o proces­so de levantamento dos dados sobre saneamento.

O desafio, segundo Marus­sia, é a organização dessas re­giões. “O prazo é muito curto determinado pela Lei Federal. É 31 de março de 2022 e esse prazo vincula o acesso a recur­sos federais. De certa forma amarra os municípios”.

A partir do dia 22/11, a pes­quisa “Saneamento 2021” estará disponível no site do Institu­to Água e Saneamento (www. aguaesaneamento.org.br).

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