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O fim da ‘novela’ da volta às aulas

PREFEITURA DE RIBEIRÃO PRETO

A partir desta segunda­-feira, 22 de novembro, todos os 24.101 alunos matricula­dos nas 31 Escolas Munici­pais de Ensino Fundamental (Emefs) de Ribeirão Preto serão obrigados a retornar para as salas de aula. O re­torno presencial obrigatório de 100% dos estudantes do 1º ao 9º ano foi definido em acordo fechado na audiência de conciliação realizada nes­ta sexta-feira (19), mediada pela Justiça do Trabalho.

Participaram da audiên­cia das aulas presenciais re­presentantes da Secretaria Municipal de Educação e do Sindicato dos Servidores Mu­nicipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis (SS­M-RPGP). A rede pública do município tem 47.271 alunos matriculados em 134 escolas de ensino fundamental e de educação infantil.

Das 134 unidades admi­nistradas pela prefeitura de Ribeirão Preto, 31 são Escolas Municipais de Ensino Funda­mental (Emefs), 37 são Centros de Educação Infantil (CEIs), 44 são Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis) e 22 são escolas conveniadas.

Pelo acordo judicial, as unidades de educação infan­til, berçários e maternais vão receber 100% das crianças ma­triculadas – cerca de 23.270 –, desde que 50% dos estudantes frequentem as escolas no perí­odo da manhã e a outra meta­de, à tarde. As escolas que ain­da não conseguiram atender às regras sanitárias previstas no acordo também seguirão com 50% dos alunos.

As crianças das etapas I e II da educação infantil – me­ninos e meninas com idades entre 4 e 5 anos – continuarão em sistema de rodízio, com atendimento presencial de até 50% da turma por dia. A jus­tificativa é a dificuldade que os professores encontrariam em sala de aula para manter as crianças de máscara. Essas re­gras valem para este ano.

Ainda segundo o acordo firmado entre a Secretaria Municipal da Educação e o Sindicato dos Servidores, a prefeitura de Ribeirão Preto terá de emitir boletins quin­zenais relatando o número de casos positivos de covid-19 em alunos e trabalhadores da educação. O relatório, segun­do a entidade sindical, deve ajudar no acompanhamento das condições de saúde e nos afastamentos dos doentes.

Precaução
Caso a pandemia volte a dar sinais de piora, a Secretaria Municipal de Educação deve adotar medidas preventivas aos trabalhadores da educa­ção. Já o sindicato defende que, em caso de alterações dos indicadores sanitários por cau­sa de um possível avanço dos contágios por coronavírus e de mortes por covid-19, o limite de alunos em sala de aula volte a ser de 50%.

Também requer, depen­dendo da situação diante de um novo cenário pan­dêmico, que as aulas sejam novamente suspensas. Para o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Val­dir Avelino, o avanço da va­cinação, “uma conquista dos trabalhadores”, não substitui necessidade de precaução por parte da entidade.

“No caso, é a garantia de proteção diante do risco que ainda permanece de recru­descimento da doença com a proximidade da temporada de festas e de férias”, diz. O Mi­nistério Público de São Paulo (MP-SP) e o Ministério Pú­blico do Trabalho (MPT) po­sicionaram-se favoravelmente às cláusulas pactuadas entre o Sindicato dos Servidores e a prefeitura de Ribeirão Preto.

“É muito importante que nessa retomada 100% presen­cial, os pais e responsáveis nos ajudem para que todos os pro­tocolos sanitários continuem sendo cumpridos e, assim, mantermos os índices pandê­micos sob controle”, pontua o secretário da Educação, Felipe Elias Miguel.

Dose adicional
Os cinco mil servidores municipais do setor de edu­cação – professores, diretores, coordenadores pedagógicos, monitores, cozinheiros, faxi­neiros, entre outros – recebe­rão a dose adicional quando a cidade tiver imunizantes. Des­de quinta-feira (18), toda a po­pulação adulta pode se vacinar com a dose adicional de co­vid-19 no Estado de São Paulo.

A nova orientação vale para todas as pessoas que tomaram as duas doses há pelo menos cinco meses, ou seja, quem completou seu ciclo de vacinação até o mês de junho. Em Ribeirão Preto, porém, a Secretaria Municipal da Saúde aguarda a chegada de mais imunizantes.

A prefeitura de Ribeirão Preto também anexou ao pro­cesso o laudo feito pelos infec­tologistas Fernando Bellissimo Rodrigues, Renata Teodoro Nascimento e Valdes Rober­to Bollela. O parecer atesta as condições sanitárias das esco­las para receber os estudantes.

O ano letivo na rede muni­cipal vai até 22 de dezembro, com aulas, e 23 de dezembro para fechamento das ativida­des. As aulas presenciais na rede municipal de ensino estavam suspensas desde março do ano passado por decisão do juiz João Baptista Cilli Filho, da 4ª Vara do Tra­balho de Ribeirão Preto em ação movida pelo Sindicato dos Servidores Municipais.

Medidas para a volta das aulas presenciais
As aulas presenciais nas escolas municipais de Ribeirão Preto, em sistema de revezamento – 50% presencial e 50% virtual –, foram retomadas no dia 20 de setembro. Os estudantes estão se revezando entre os ensinamentos in loco e online durante a semana.

Quando não está na classe, o aluno acessa o conteúdo pelas redes sociais e também pela TV Câmara. A volta dos estudantes respeita uma série de protocolos sanitários, como uso obrigatório de máscara e higienização constante, além do distanciamento obrigatório.

Proteção
As unidades foram equipadas com termômetros infravermelhos, demarcações no solo, nos refeitórios, pátios, banheiros e salas de aula. Dentro das salas, as carteiras foram colocadas em distância segura de um metro e o ambiente precisa estar bem ventilado, com as janelas abertas.

Na sala dos professores, móveis precisaram ser trocados para um mate­rial de fácil higienização. O retorno foi possível porque a Secretaria Muni­cipal da Educação concluiu, em 8 de setembro, a vacinação completa – primeira e segunda doses – dos cinco mil servidores da pasta.

Laudo
No laudo protocolado na Justiça do Trabalho, os três médicos infec­tologistas afirmam que a situação epidemiológica atual em Ribeirão Preto indica um declínio consistente da incidência de covid-19, assim como das internações e óbitos relacionados à doença.

Por causa destes fatores, a junta médica recomendou a ampliação do atendimento presencial para 100% dos alunos com idade superior a 3 anos matriculados nas Escolas Municipais de Ensino Fundamental (Emefs) e Escolas Municipais de Ensino Infantil (Emeis).

Os infectologistas também recomendam a manutenção do uso de máscaras e a manutenção das recomendações sobre higienização das mãos com álcool em gel. “Muito embora o distanciamento mínimo de um metro entre pessoas seja ainda desejável, ele poderá ser flexibili­zado para acomodação da capacidade plena das escolas”, dizem.

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