Um juiz federal condenou o invasor do Capitólio, nos Estados Unidos, conhecido como “xamã da QAnon”, a 41 meses de prisão pela participação no ataque ao prédio do Congresso norte-americano em 6 de janeiro, realizado por apoiadores do então presidente Donald Trump.
Os promotores pediram ao juiz distrital Royce Lamberth que impusesse uma sentença mais longa, de 51 meses, a Jacob Chansley, que se confessou culpado, em setembro, por obstruir um processo oficial quando ele e milhares de outras pessoas invadiram o prédio para tentar impedir o Congresso de certificar a vitória eleitoral do presidente Joe Biden.
A sentença corresponde à que Lamberth impôs a um ex-lutador de artes marciais mistas filmado esmurrando um policial durante o ataque. Ele foi condenado na semana passada a 41 meses de prisão. As duas são as penas mais rígidas proferidas entre os cerca de 675 processos decorrentes do motim.
Lamberth disse acreditar que Chansley, de 34 anos, fez muito para convencer o tribunal de que está “no caminho certo”. Detido desde janeiro, Chansley apareceu no tribunal com um macacão verde-escuro da prisão, com barba e cabeça raspada. Ele ficou conhecido no ataque por usar um chapéu com chifres.
“A parte mais difícil disso é que eu sei que sou culpado”, disse Chansley em uma longa declaração antes de ser sentenciado, descrevendo uma infância difícil e dizendo que assumia a responsabilidade por seu comportamento. “Achei que ia pegar 20 anos de confinamento solitário”, afirmou ele, acrescentando:
“Este trauma fez algo comigo. Tenho os cabelos brancos para provar isso, no peito, nos braços. Eu não deveria ter cabelos brancos.” A QAnon é uma organização que compartilha teorias da conspiração. O grupo teve participação direta na invasão do Capitólio, na qual quatro pessoas morreram.