Tribuna Ribeirão
Geral

Larga Brasa

Histórias de uma juventude universitária de outrora
Há tempos os jovens se animavam nos finais de semana com as “brincadeiras dançantes” onde as músicas de Ray Conniff eram as que embalavam os sonhos românticos dos rapazes e moci­nhas. Quando a sonata tocava “Besame Mucho” o pessoal subia ao auge do romantismo. Rosto no rosto, corpos que se resvala­vam nos devaneios musicais, e, enfim, era a mocidade de outros tempos. Dificilmente havia o contato mais direto com a namora­da e não passava do “rela” sem o “rola”. Os namoros na casa dos familiares da moça eram com acompanhamento dos pais que ficavam na sala na conversa “sem sal” e o tempo se esgotava quando a mãe da jovem convidava para um cafézinho.
Tempo esgotado. Daí para o rápido amasso no portão era a pror­rogação do jogo, sem direito a pênaltis ou minutos extras. Rápido beijo. Um encosta daqui e quase uma mão ali, mas tudo não pas­sava de uma rápida motivação para o próximo encontro.
A namoradeira que era mais ousada tinha o nome nas caderneti­nhas dos ousados também, mas pouco acontecia.

Nas universidades
Nas universidades o pessoal era mais aberto, tinha mais tempo e os barzinhos próximos das faculdades ficavam plenos de cerveja e de sonhos mais profundos. Alguma coisa “rolava”. Os hormô­nios agradeciam.

Um ‘causo’
Certa feita um jovem foi convidado por uma colega de classe para ir a um acontecimento estudantil do Centro Acadêmico, mas ao chegarem ao local do evento foram informados que estava “lota­do”, não havia nem condições de dançar e algumas ocorrências de excesso de bebidas por alguns já tinham acontecido.
A colega então convidou o parceiro para irem à sua casa em um bairro próximo. O jovem um tanto que ressabiado perguntou se ela era solteira, pois a honra era geralmente “lavada com sangue” pelos traídos. Ela garantiu que era livre e desimpedida. Chegaram à casa alta, em local não muito claro e entraram sem chamar a atenção dos vizinhos, pois também era preocupação dos “pombi­nhos”. Tudo certo. Romance mais avançado aconteceu e eis que o som de um freio a ar de um caminhão ecoa na madrugada. Ela se agita e diz: “Meu marido. Pule pelo murinho do fundo”. O rapaz, apavorado, contou seus pertences, cueca, camisa, calça, sapatos e meia, juntou tudo e foi para o quintal onde um pequeno murinho de não mais que um metro estava ali como obstáculo. Deu um salto. Os fundos estavam em uma altura muito maior que o tal murinho e ele não parava de cair segurando suas roupas. Caiu em um terreno onde um cachorro ficava preso em um arame em que o animal corria e ficava sem poder ir para a rua. O rapaz olhou para a divisa do terreno e viu uma cerca de pinhões e resolveu enfrentar. Se tivesse arame farpado seria problema. Correu e se jactou rua afora. Não havia arame farpado. Foi colocar as peças de sua roupa em uma rua escura e por onde fugiu apavorado. Não se esqueceu jamais e nunca foi atender a convites de co­legas que não fossem efetivamente solteiras. Juventude que os tempos não trazem mais.

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