A prefeitura de Ribeirão Preto mantém placas com mensagem de alerta aos frequentadores do Parque Maurílio Biagi, na região Central de Ribeirão Preto, para que evitem determinadas áreas do local devido à infestação de carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa. O equipamento já chegou a ser interditado por causa desse risco.
O espaço de lazer e esporte costumava receber grupos de capivaras por meio do córrego Laureano, que separa o parque da Câmara de Vereadores. Há um alambrado por toda a extensão, mas alguns bichos ainda ficam às margens, no meio do mato, mesmo que temporariamente. Os animais, segundo biólogos, são hospedeiros do parasita transmissor da febre maculosa, doença que pode levar os seres humanos à morte.
A doença pode causar, além de febre, dor no corpo, dor de cabeça, dor articular, vômito e manchas e pode levar a óbito. Em 2014, durante o governo da ex-prefeita Dárcy Vera, o Parque Maurílio Biagi, também vizinho do Terminal Rodoviário, foi interditado por causa de infestação de carrapatos. Foi nesta época que o alambrado foi instalado às margens do córrego Laureano.
O local ficou interditado por seis meses – entre agosto de 2014 e 31 de janeiro de 2015. A infestação no parque também ocorreu por causa da quantidade de capivaras no córrego que cruza o recinto. Na época, a prefeitura limpou as áreas contaminadas e substituiu a areia dos playgrounds, além de instalar defensas de concreto ao redor do córrego, para evitar que as capivaras acessassem o parque.
Na mesma época, uma área do campus da Universidade de São Paulo (USP) também foi interditada por causa deste mesmo problema. As medidas, no entanto, não foram suficientes para acabar com a infestação. Isso porque, apesar de se reproduzir uma vez por ano, a fêmea do carrapato coloca de mil a 20 mil ovos por vez. No final de setembro deste ano, o prefeito do campus da USP de Ribeirão Preto, Sérgio Albuquerque, emitiu alerta para a infestação de carrapato-estrela na unidade.
Segundo o comunicado, os parasitas foram encontrados nas proximidades do lago, na rua dos Bambus, nas imediações do prédio da Educação Física, na rua Napolitana, próximo à Tulha da USP, na Pedreira e na divisa do campus com o bairro Vila Monte Alegre.
A orientação é para a população, estudantes e funcionários evitarem frequentar, caminhar, sentar e deitar nos espaços onde os carrapatos foram encontrados. Caso um exemplar do carrapato seja encontrado, é necessário entrar em contato com a prefeitura do campus e preencher um formulário disponível no site.
Desde 12 de julho, o Parque Jardim Olhos D’Água, na Zona Sul, está interditado por causa da infestação de carrapato-estrela. A medida foi tomada pela Divisão de Vigilância Ambiental da Secretaria Municipal da Saúde depois de denúncias de frequentadores do local.
Segundo nota enviada ao Tribuna pela Coordenadoria I das ações de Vigilância Ambiental em Saúde, ligada à Divisão de Vigilância Ambiental, não há data definida para reabertura do parque. A liberação do espaço para visitação vai depender do manejo das capivaras que hoje vivem no local.
Pesquisadores da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade de São Paulo (USP) e da Superintendência do Controle de Endemias (Sucen) já comprovaram que as capivaras apresentam um importante papel na transmissão da febre maculosa.
A febre maculosa é transmitida aos seres humanos pela picada do carrapato-estrela infectado com riquétsia. A doença causa febre, dor muscular, cefaléia e, em 70% dos casos, manchas na pele a partir do terceiro dia após a infecção, podendo haver necrose das extremidades e, nos casos mais graves, levar à morte.