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Qualidade de vida com responsabilidade!

Quando leio algumas postagens tão radicais e polêmicas nas Redes Sociais, lembro-me de minha infância e da qualidade de vida com responsabilidade, que naquele rico tempo vivíamos. Não estaria na hora de pararmos de “brigar” e revermos nossa responsabilidade pessoal sobre tudo o que está acontecendo neste “mundo de Deus”?

Tive uma infância bastante difícil e pobre, porém nem por isso infeliz. Aliás, era feliz como talvez poucas crianças hoje o são. Órfão de pai aos quatro anos, minha mãe, meus avós paternos e minha tia Nelcy falecida recentemente, me transmitiram, a mim e aos meus dois irmãos tão queridos, valores essenciais e educação de berço que nenhum maternal, jardim de infância ou primeiro ano do ensino fundamental conseguem transmitir.

Havia tempo para tudo: acordar cedo, ir a pé para a escola, andando cerca de quatro quilômetros, apresentar tarefas escola­res caprichosamente feitas em casa, varrer as salas de aula de toda a escola depois das aulas para garantir a bolsa de estudos, voltar os mesmos quatro quilômetros a pé para casa, almoçar, lavar a louça, arrumar a casa, fazer as tarefas de aula, que eram diárias, brincar em torno da casa ou jogar uma hora de futebol no campi­nho em frente à residência, tomar banho, rezar, jantar e deitar cedo para o merecido descanso.

Estudávamos em escola particular de religiosas que complemen­tavam a educação básica que um cidadão de bem precisa cultivar durante a vida inteira. Quando o avô arrendava algum terreno, íamos também plantar no mesmo: mandioca, abóbora, milho etc. O dia era tomado de tantas atividades, que quando chegava a noite, estávamos cansados e logo dormíamos um único sono, o “sono dos inocentes e justos”! A vida religiosa das famílias entre outras ativida­des e até imprevistos merecerão outro artigo.

Diferentemente de hoje, as residências, mesmo as mais simples de madeira, eram construídas bem no meio do terreno. Atrás da casa tínhamos uma horta e um pomar, cultivados por nós mesmos. Não conhecíamos as tais “feiras livres” que existem hoje. As famí­lias plantavam, cultivavam e colhiam o necessário para zelarem por uma vida saudável, sem nenhum agrotóxico. Aproveitávamos o lixo úmido como adubo. Nem caminhão de lixo passava, porque cada família condicionava o seu próprio lixo: não havia enchentes por causa de esgotos entupidos e sujos, e até a calçada e a beira da rua nós mesmos capinávamos.

Já em frente à casa tínhamos um jardim de flores, as mais diver­sas (minha mãe cultivava as roseiras de sua predileção). Tínhamos, também, ao redor da casa uma grama bem plantada e cuidada, para não sujar os alicerces da casa e nem os pés dos “moleques” que tantas vezes se contentavam de brincar de “esconde-esconde” ou exerciam outros exercícios que evitavam a obesidade das crianças. Éramos todos fortes, robustos e bem sarados, sem nunca frequentar alguma academia (nem existiam as academias), mas esbeltos e crian­ças bonitas, excluída a “falsa modéstia”!

Os tempos mudaram e as novas tecnologias passaram a ocupar práticas saudáveis, forçando crianças, adolescentes, jovens e adultos a hábitos que engordam, deprimem, isolam as pessoas umas das ou­tras e escondem umas tantas outras atrás de postagens tão selvagens, cruéis e mentirosas, que difamam, ofendem e violentam a dignidade de quem está do outro lado, de quem não pensa igual, ou de quem é até ameaçado de apanhar, caso emita opinião diversa.

Ninguém é melhor do que ninguém. Todas as pessoas têm qualidades e defeitos. Se cada um começar a olhar do nariz para trás, ou seja, para dentro da própria consciência, talvez se assuste. Mer­gulhemos aos porões de nossa intimidade e de uma vez por todas, passemos a nos respeitar mais. Só assim promoveremos uma melhor qualidade de vida com responsabilidade!

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