Segundo o balanço mais recente divulgado pela Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) – departamentos ligados à Secretaria Municipal da Saúde –, com dados fechados até 12 de outubro, Ribeirão Preto já soma 1.162 ocorrências envolvendo ataques de escorpião este ano, cerca de quatro por dia.
São 159 a menos e queda de 12% em comparação com os 1.321 do mesmo período do ano passado – mas com o mês de outubro fechado, até dia 31 –, quase cinco por dia. O boletim é assinado pelo médico sanitarista Daniel Cardoso de Almeida e Araujo. Na comparação entre os meses de setembro, o quadro é de estabilidade: são 144 contra 143, um caso a menos e recuo de 0,07%. Em doze dias de outubro deste ano foram registradas 14 picadas do aracnídeo.
No mesmo mês de 2020, o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), base de dados da Secretaria Municipal da Saúde, constatou 176 ocorrências envolvendo escorpiões. Foi o período com mais casos no ano passado. Maio fechou com o menor número de picadas: 109. Já em 2021, o campeão foi janeiro, com 175 ataques, e o mês mais tranquilo foi junho, com 72.
O total deste ano, de 1.162, já representa 69,7% dos 1.668 registrados em doze meses de 2020. Em 2019, segundo os dados mais recentes divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde, 1.399 pessoas foram picadas por escorpião em Ribeirão Preto, menos de quatro por dia. A alta em 2020 chega a 19,2%. São 269 a mais.
A espécie de escorpião mais comum nas cidades é a “Tityus serrulatus”, conhecido como “escorpião amarelo”. Trata-se de um tipo urbano, frequentador de esgotos ou redes pluviais, e considerado o mais perigoso da América Latina. Para não correr risco de morte, a pessoa tem de ser atendida em, no máximo, quatro horas.
É preciso tomar soro contra o veneno e analgésico para aliviar a dor. Ribeirão Preto já registrou duas mortes este ano devido a ataques de escorpião. Uma garoto de quatro anos morreu em 31 de agosto e uma menina de três faleceu em 18 de julho. Ambos moravam na Zona Oeste. Em quase 13 anos, houve mais dois óbitos na cidade. Uma menina de três anos morreu em 29 de março do ano passado. Morava no Parque Industrial Tanquinho.
Antes, a última morte por ataque de escorpião em Ribeirão Preto havia ocorrido em 1º de maio de 2018, no Jardim Salgado Filho, na Zona Norte, de um menino de oito anos. Na última década, entre 2011 e 2020, Ribeirão Preto registrou 6.257 ataques de escorpião, mais de um por dia. São 4.229 somente nos dois últimos anos e nove meses, 67,6% do total. Entre 2009 e o último dia 12 de outubro já são 6.655 ocorrências.
A Divisão de Vigilância Epidemiológica do Departamento de Vigilância em Saúde informa que em todo caso de acidente com animal peçonhento a vítima deve procurar a unidade de saúde mais próxima para avaliação médica e, caso seja necessário, o posto ou hospital deverá encaminhar o paciente para avaliação da toxicologia e necessidade de aplicação do soro antiescorpiônico, de acordo com a gravidade.
O período do verão, de dezembro a março, exige maior cuidado em relação aos acidentes com escorpiões, pois o clima úmido e quente é ideal para o aparecimento destes animais, que se abrigam em esgotos e entulhos. Eles habitam o meio urbano e se alimentam principalmente de baratas, portanto, são comuns também em locais próximos a áreas com acúmulo de lixo.
Mais informações podem ser obtidas na Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde, na avenida Eduardo Andrea Matarazzo nº 4.255, ou pelo telefone (16) 3626-9535 e e-mail ([email protected]. br). Já a Divisão de Vigilância Epidemiológica fica na rua Prudente de Morais nº 457, telefone (16) 3977-9357 e e-mail [email protected].
O balanço dos ataques em RP
Ataques em 2009 – 249
Ataques em 2010 – 149
Ataques em 2011 – 139
Ataques em 2012 – 158
Ataques em 2013 – 144
Ataques em 2014 – 130
Ataques em 2015 – 270
Ataques em 2016 – 240
Ataques em 2017 – 145
Ataques em 2018 – 802
Ataques em 2019 – 1.399
Ataques em 2020 – 1.668
Ataques em 2021 – 1.162
* Total de ataques: 6.655
* Até 12 de outubro
Fonte: Sina- Net e Divisão de Vigilância Epidemiológica
Dicas de prevenção
– Usar telas em ralos de chão, pias e tanques
– Vedar frestas nas paredes e colocar soleiras nas portas
– Afastar as camas e berços das paredes
– Vistoriar as roupas e calçados antes de usá-los
– Manter jardins e quintais limpos
– Evitar acúmulo de entulhos, folhas secas e lixo doméstico
– Evitar folhagens densas (plantas ornamentais, trepadeiras, arbusto) junto a paredes e muros das casas
– Manter a grama sempre aparada
– Limpar periodicamente os terrenos baldios vizinhos
– Evitar o acúmulo de detritos
– Sacudir roupas e sapatos antes de usá-los
– Não pôr as mãos em buracos, sob pedras e troncos podres
– Usar calçados e luvas de raspas de couro
Como proceder em caso de picada de escorpião
– Limpar o local com água e sabão
– Aplicar compressa morna
– Procurar o serviço de saúde mais próximo
– Não fazer torniquete ou garrote
– Não furar, não cortar, não queimar, não espremer o local da picada
– Não fazer sucção no local da ferida
– Não aplicar qualquer pó ou substância
– Não fazer curativos que fechem o local
– Não ingerir bebida alcoólica, álcool, querosene, gasolina ou fumo contra a dor
– Não colocar gelo ou água fria