Desde segunda-feira, 1º de novembro, a fachada do Theatro Pedro II, no Quarteirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto, está iluminada em tons de azul, em apoio à campanha “Novembro Azul”, dedicada à conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata, em prol da saúde do homem.
“O intuito é promover uma mudança de paradigmas, quebrar tabus e incentivar o público masculino a se preocupar com a saúde”, explicou Nicanor Lopes, presidente da Fundação Dom Pedro II. O teatro já participou de outras campanhas este ano, como o “Outubro Rosa” e o “Setembro Amarelo”.
Embora seja uma enfermidade comum, muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, por medo ou por desconhecimento. Na fase inicial, o câncer de próstata não apresenta sintomas. Por isso, é importante fazer os exames de prevenção − exame de sangue (PSA) e toque retal.
Na fase avançada, apresenta dor nos ossos; dor ao urinar; necessidade frequente de urinar e presença de sangue na urina ou no sêmen. Entre as medidas de prevenção estão o consumo de frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais; a redução do consumo de gorduras, principalmente as de origem animal; a prática de, pelo menos 30 minutos, de atividade física diariamente.
Também incentiva a manutenção do peso adequado à altura; a redução do consumo de álcool; e não fumar. Os fatores de risco são idade acima de 50 anos, histórico familiar, especialmente se a doença se manifestou em parentes de primeiro grau; obesidade; e sedentarismo.
As cirurgias para retirada da próstata por câncer tiveram redução de 21,5% na comparação entre 2019 e 2020. Os dados inéditos do Ministério da Saúde constam do Sistema de Informação Hospitalar (SIH). As coletas do antígeno prostático específico (PSA) e de biópsia da próstata que, junto com o exame de toque retal, diagnosticam a doença, registraram quedas de 27% e 21%, respectivamente, como mostram as informações do Sistema de Informações Ambulatoriais, do Sistema Único de Saúde (SUS).
Houve diminuição ainda no número de consultas urológicas no SUS (33,5%). As internações de pacientes com diagnóstico da doença caíram 15,7%. As consultas com um urologista também sofreram queda. Até julho, foram 1.812.982, enquanto em 2019 foram 4.232.293 e em 2020, mais 2.816.326. Embora já tenham começado a ocorrer neste ano, as consultas ainda estão em baixa. O estado de São Paulo registrou queda de 29% do exame de PSA.
Estimativa do Instituto Nacional do Câncer (Inca), indica que em 2021 são esperados 65.840 novos casos, mas muitos podem nem ter sido diagnosticados. A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) obteve informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), que indicam aumento de 10% na mortalidade por câncer de próstata em cinco anos. Em 2015, eram 14.542, e subiram para 16.033 em 2019.
“Novembro Azul”
O movimento surgiu em 1999, na Austrália, quando um grupo de amigos deixou o bigode crescer para chamar atenção em relação à saúde masculina. O grupo realizava ações e o que arrecadava era doado às instituições de caridade.
No Brasil, o “Novembro Azul” foi criado pelo Instituto Lado a Lado pela Vida, que estimula a conscientização da sociedade, em especial os homens no sentido de avaliar a saúde, a importância da prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de próstata, além de lembrá-los que é fundamental o autocuidado em todos os aspectos.
O câncer de próstata é assintomático no início, ou seja, não apresenta nenhum sintoma, o que torna a prevenção muito importante. Vale lembrar que o exame de sangue não substitui o de toque, que é simples e rápido. É indispensável que os dois sejam realizados, principalmente em homens que já passaram dos 45 anos de idade.