Tribuna Ribeirão
Geral

Judicialização do Estado!

A crise sanitária provocada pela pandemia da covid-19, as crises política, econômica, social e ética de nosso País traz uma avalanche de incertezas e já não se sabe mais em quem acreditar, como traçar perspectivas e esperanças, não obstante se saiba que muitas vezes as crises são como que “úteros de esperança”. O que não se prevê, é quando nascerá o fruto desse “útero” e a “esperan­ça” volte a embalar nosso amado e tão explorado povo. Impõe-se a judicialização do Estado Brasileiro porque os Poderes Consti­tuídos: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário não poucas vezes disputam entre si.

Medem forças; um desfaz o que o outro determina, princi­palmente no que diz respeito à interpretação ao invés da defesa da Constituição. Impõe-se certa insegurança jurídica, quando farpas e linguagens de baixo nível ocupam o cenário até mesmo entre os ministros da Suprema Corte. É notório que entre os Ministros do STF há dois grupos: um a favor da “impunidade” e outro a favor da justiça para com o povo brasileiro tão “saque­ado” por figuras que se sentem blindadas, até porque pagam os melhores advogados com o dinheiro desviado dos cofres públi­cos, dinheiro esse que lhes garante uma vida de ostentação.

Riem de suas próprias vítimas e pior, intimidam Juízes de instân­cias primeiras que os condenam. De repente o julgador passou a ser chamado de incompetente, simplesmente por ter cumprido com o seu dever de julgar e determinar a sentença justa. O Supremo Tribu­nal Federal já decidiu várias vezes soltar os ladrões e por bem pouco não mandou encarcerar os juízes que os julgaram. O povo jamais compreenderá essa inversão, mesmo que juridicamente sustentada.

Os deputados e os senadores que formam o Congresso Nacional são os legítimos representantes do povo, bem ou mal, eleitos pelo voto direto e livre. Grande parte deles certamente nunca mais será reeleita, porque decepcionam a cada sessão os cidadãos que os acompanham e os assistem em sua missão de legislar. Ao mesmo tempo em que se afirma que o Executivo é refém do chamado Centrão entre os deputados federais, tam­bém não se promove com zelo e sensibilidade política do bem comum, devolvendo aos brasileiros a dignidade que lhes foi devorada pela dolorosa pandemia e tantos outros desencontros desvelados aqui e acolá. Ainda se tem moral ou direito de “parar” a vida do povo que já paga os impostos mais altos do mundo?

Enquanto o Congresso só pensa no próprio umbigo, faz opo­sição por fazer, tenta obstruir a Justiça aos gritos e se comporta sem nenhum decoro parlamentar, é o povo simples que sofre, sendo tratado como se não tivesse cérebro.

Penso que ninguém está acima da lei. A Judicialização do Estado tampouco tem garantido o lema de nossa Pátria: Ordem e Progresso! Precisamos de uma reforma tanto política como administrativa e judiciária urgente.

Mais do que processos criminais, prisões, delações premiadas e ferrenha oposição ao governo, o Brasil precisa urgentemente reencontrar o caminho da esperança, a fim de que o povo volte a acreditar em dias melhores numa das mais ricas Nações do mundo, explorada e roubada desde o seu descobrimento. A cul­tura da corrupção não tem seu início no Congresso e nos cargos que nossos políticos ocupam.

 

Ela, a corrupção, é uma cultura que nasce na educação de berço, entre as barganhas familiares, as negociatas entre pais e filhos. Pais comprando ao invés de cobrar deveres essenciais dos filhos, desde obter boas notas na escola a colaborar nos peque­nos serviços do lar. Enquanto a Família declinar à corrupção doméstica (O que vou ganhar com isso?), será sempre necessária a judicialização do Estado!

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