O governador João Doria (PSDB) anunciou, nesta quarta-feira, 20 de outubro, o repasse de R$ 1 bilhão para universidades paulistas, que, de acordo com ele, será “o maior orçamento para ciência e tecnologia da história de São Paulo”.
O anúncio do investimento veio anexado a uma série de críticas ao governo Jair Bolsonaro, que diminuiu em 87% uma proposta de aumento de verbas para o setor de ciência e tecnologia neste ano – a queda foi de R$ 690 milhões para R$ 89,8 milhões.
Doria declarou que o repasse é destinado a investimentos em infraestrutura física e tecnológica das universidades públicas paulistas, entre elas a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e Universidade Estadual Paulista (Unesp).
Ao anunciar o investimento, Doria não deixou de provocar o Executivo federal. “Em um momento triste do Brasil, em que o obscurantismo custou milhares de vidas que se foram com a covid-19, o Estado de São Paulo reafirma sua confiança, sua crença na ciência, com um investimento tão expressivo”, afirmou no Palácio dos Bandeirantes.
“O governo vai na direção oposta do governo federal”, disse. “Enquanto o governo federal corta recursos da ciência, inovação, pesquisa e tecnologia, São Paulo amplia os investimentos em pesquisa, e o investimento em pesquisa e tecnologia”.
De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o reajuste no orçamento de 2022 será dividido da seguinte forma: a USP terá aumento de 24%, recebendo R$ 7,6 bilhões; a Unesp receberá R$ 3,8 bilhões, um acréscimo de 22% em relação a 2021; a Unicamp ficará com 17% a mais, totalizando R$ 3,7 bilhões; e a Fapesp ganhará reajuste de 15% sobre o atual orçamento, recebendo R$ 1,85 bilhão.
O orçamento de 2022 integra um plano de investimentos elaborado pelas universidades e para melhoria de infraestrutura, modernização de redes, compra de materiais, apoio à permanência estudantil e monitoramento da saúde física e mental das comunidades acadêmicas.
Já em relação ao orçamento deste ano, o crédito suplementar de R$ 1 bilhão será dividido conforme os critérios determinados na distribuição de 9,57% do ICMS. A divisão prevê R$ 525,6 milhões para a USP, R$ 245 milhões para a Unesp e R$ 229,4 milhões para a Unicamp.
Corujão
Na área de saúde, Doria anunciou uma nova etapa do Corujão da Saúde. Segundo ele, serão oferecidos 51 mil procedimentos oftalmológicos, entre consultas, exames e cirurgias à população. Nesta etapa, serão oferecidos à população paulista cerca de 51 mil procedimentos entre consultas, exames e cirurgias.
O investimento é de R$ 14 milhões. O objetivo do governo é zerar a fila de oftalmologia de 46 Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) e dez hospitais estaduais que foram cadastrados pelos municípios na Central de Regulação e Oferta de Serviços de Saúde (Cross) até 20 de setembro.
Segundo o governo, serão oferecidos 23.112 exames de dez tipos diferentes, 16.077 cirurgias de catarata e retina e 11.794 consultas médicas em todas as regiões do Estado. O programa foi criado na capital paulista quando Doria era prefeito, em 2017, para zerar a fila de exames e cirurgias eletivas que foram adiadas por causa da pandemia do coronavírus
A iniciativa foi retomada em 1º de outubro e, segundo a gestão estadual, vai prosseguir em todos os meses com atendimento à população, em especial a mais vulnerável. Além da nova etapa do programa, Doria afirmou que o Estado paulista fará a contratação de mil novos profissionais da saúde.
São médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Segundo o chefe do Executivo estadual, o objetivo é reforçar as equipes dos hospitais públicos estaduais para atender o aumento de demanda dos serviços de saúde que estavam represados pela pandemia da covid-19.