Tomate e cenoura apresentaram aumentos consideráveis nos preços em setembro nas Centrais de Abastecimento (Ceasas) do Brasil. A queda da oferta de tomate provocou elevações de preços de 50% a 60%, especialmente na segunda quinzena de setembro, e deve continuar em outubro, já que ainda há pouco produto disponível, informa a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 10º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), divulgado nesta terça-feira, 19 de outubro.
No caso da cenoura, o declínio de 6% na oferta total aos mercados atacadistas também impulsionou os preços. “O longo período de estiagem, sobretudo na região de São Gotardo (MG), prejudicou o desenvolvimento das raízes”, explicou em nota o superintendente de Estudos Agroalimentares e da Sociobiodiversidade da Conab, Marisson Marinho. “Mas a volta das chuvas neste mês de outubro pode indicar boa produtividade da cenoura, o que amenizaria essa elevação”, ponderou.
Segundo o Boletim, a batata registrou acréscimo nos preços na maioria dos mercados, mas com menor intensidade, já que a baixa qualidade do tubérculo freou o aumento. Mesmo assim, no começo de outubro, já foram registradas altas sensíveis nas cotações do produto, em virtude da queda na oferta causada pelas chuvas e as poucas áreas em ponto de colheita.
Entre as hortaliças pesquisadas, somente alface e cebola mostraram médias de preços mais em conta em setembro nos mercados atacadistas avaliados. O preço da cebola recuou, em virtude da maior área plantada em 2021, mas a qualidade piorou, por causa do déficit hídrico e pelas altas temperaturas no período de desenvolvimento do bulbo.
Já a alface ficou mais barata com a recuperação da oferta em parte dos mercados no mês de setembro, após inverno com baixas temperaturas e geadas. Para a folhosa, a expectativa é de estabilidade e declínio de preços nos próximos meses, com a demanda desaquecida.
“Apesar das quedas nas cotações, ainda há possibilidade da alface sofrer aumentos em alguns Estados, pois as chuvas de outubro podem influenciar negativamente a oferta”, afirma a gerente de Estudos do Mercado Hortigranjeiro da Conab, Joyce Fraga. A pesquisa da Conab considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do país e que registram maior destaque no cálculo da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Frutas
No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia). Segundo a Conab, no mês de setembro, à exceção da melancia, todas as frutas apresentaram aumento nas suas cotações na maioria das Ceasas avaliadas.
Menores ofertas em importantes regiões produtoras do país, além da alta dos insumos necessários à produção ajudam a explicar esse desempenho. Cada Ceasa traz as 30 últimas cotações de preços do produto escolhido, por meio de tabela ou gráfico, e ainda é possível obter a lista de contatos de empresas atacadistas.