O papa Francisco reconheceu um milagre atribuído à intercessão de João Paulo I, cujo pontificado durou apenas 33 dias, abrindo assim caminho à sua beatificação, informou o Vaticano nesta quarta-feira, 13 de outubro. Durante audiência ao prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, o atual pontífice autorizou a promulgação do decreto relativo ao milagre atribuído a João Paulo I.
Albino Luciani, nascido em 17 de outubro de 1912 em Forno di Canale (hoje Canale d’Agordo, Itália), morreu em 28 de setembro de 1978 no Palácio Apostólico (Estado da Cidade do Vaticano). João Paulo I, que ficou conhecido como o “Papa do sorriso”, foi eleito em 26 de agosto de 1978 e morreu inesperadamente 33 dias depois, tornando o seu pontificado um dos mais curtos da história.
Foi sucedido por João Paulo II (o polonês Karol Józef Wojtyła, 1920-2005), que morreu aos 84 anos em 2 de abril de 2005 e virou São João Paulo II em 2014. O milagre pelo qual Luciani será proclamado bem-aventurado refere-se à suposta cura inexplicável de uma criança argentina que sofria de grave doença cerebral.
A jornalista e vice-postuladora da causa da canonização, Stefania Falasca, anunciou há algumas semanas no jornal religioso Avvenire que o conselho médico que examinou o caso da menina argentina “decidiu por unanimidade que a cura era cientificamente inexplicável”.
A causa de canonização de Albino Luciani foi aberta em novembro de 2003, 25 anos após a sua morte, e terminou em novembro de 2017 com o decreto sancionado pelo papa Francisco, que proclamava as virtudes heroicas de João Paulo I.
No fim de novembro de 2017 terminou a investigação diocesana iniciada em 2016 na diocese argentina de Buenos Aires. Ao ser reconhecido o milagre da cura da criança, abre-se o caminho para a beatificação de João Paulo I, faltando apenas aguardar a data que será fixada pelo papa Francisco.