O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou nesta sexta-feira, 8 de outubro, que o Brasil já tem 354 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 garantidas para 2022. Ele coloca na conta os acordos fechados para a aquisição de dois imunizantes, dos laboratórios Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Oxford/Fiocruz.
A Coronavac, vacina desenvolvida na China e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, de São Paulo, não entrou no planejamento de novas aquisições do governo. O secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, lembra que o imunizante da Sinovac Life Science, assim como a Janssen/ Johnson&Johnson, ainda é usada no Brasil com autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para uso emergencial.
Dessa forma, esclareceu Cruz, assim que a pandemia for declarada encerrada, essa autorização deixa de existir. A Coronavac foi o segundo imunizante mais aplicado no braço dos brasileiros, com 75,1 milhões de doses. Por meio de nota, o Butantan informa que, “em meio à maior crise sanitária do país das últimas décadas, o Butantan foi o primeiro instituto a firmar parceria internacional e a disponibilizar um imunizante eficaz e seguro aos brasileiros, atendendo ao senso de urgência no contexto de uma pandemia.”
Diz ainda que “é de extrema importância esclarecer que o órgão sanitário brasileiro recebeu, no dia 20 de novembro de 2020, a primeira parte dos dados de imunogenicidade da Coronavac, documentação necessária para oficializar o pedido de registro definitivo da vacina do Butantan. A partir desta data, iniciou-se a discussão sobre as metodologias utilizadas, o que fez com que houvesse esse atraso nos resultados dos testes de imunogenicidade”
Ressalta que “se houvesse tido consenso nos métodos propostos pelo instituto, o processo já estaria concluído e o registro definitivo da CoronaVac já teria sido concedido”, emenda. E finaliza informando que “no momento, com o objetivo de sanar a questão, o Butantan fechou um acordo com a Sinovac para que as análises complementares de imunogenicidade sejam realizadas em parceria com o laboratório. As amostras já foram enviadas para análise no padrão requerido pela Anvisa.”
O governo fechou um acordo para compra de 100 milhões de doses da vacina da Pfizer e 120 milhões de doses do imunizante da AstraZeneca. Com os 134 milhões de doses adquiridos neste ano, chega-se às 354 milhões de doses anunciadas por Queiroga. Além disso, existe a possibilidade de compra de 50 milhões de doses adicionais da vacina da Pfizer, caso seja necessário, e 60 milhões de doses da Covishield, da AstraZeneca.
Para o ano que vem, o ministério planeja vacinar a população com doses de reforço para a população. De acordo com o planejamento da pasta, todos os maiores de 18 anos serão vacinados novamente. Pessoas entre 18 e 60 anos receberão uma dose e maiores de 60 anos e imunossuprimidos (aqueles cujos mecanismos normais de defesa contra infecção estão comprometidos), duas doses.
A vacinação será feita por idade, em escala decrescente. As doses de reforço serão dadas em um prazo de seis meses após a imunização completa, ou a aplicação da dose adicional, caso tenha ocorrido. Além disso, se a Anvisa aprovar a imunização de menores de 12 anos, esta será feita com a aplicação de duas doses.