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Theatro Pedro II celebra 91 anos

JF PIMENTA/ESPECIAL PARA O TRIBUNA

Inaugurado em 8 de ou­tubro de 1930, com a apre­sentação do filme “Alvorada do Amor”, o Theatro Pedro II, instalado na rua Álvares Cabral nº 370, no Quarteirão Paulista, no Centro Histórico, é referência histórica e cultu­ral para Ribeirão Preto e re­gião, sendo o terceiro maior teatro de ópera do Brasil.

Nesta sexta-feira, um dos maiores patrimônios da cidade completou 91 anos marcados por muitos espetáculos, exi­bição de filmes e shows, onde se tornou a casa de artistas na­cionais e internacionais. Para celebrar a data, o teatro teve a fachada iluminada em tons de vermelho e amarelo, cores sím­bolo de sua arquitetura.

“Fazer parte das comemo­rações de 91 anos do Theatro é reforçar a missão de conti­nuar proporcionando alegria, arte e cultura para a nossa ci­dade”, explica Nicanor Lopes, presidente da Fundação Dom Pedro II. Ainda neste mês, um concerto online da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, no dia 23, reforçará as comemora­ções de aniversário.

No repertório, obras de As­tor Piazzola (1921-1992) com a regência do maestro Reginal­do Nascimento e participação dos solistas convidados Nor­berto Vogel e Matias Nieva. A transmissão será nos canais do Youtube do Theatro Pedro II, da Orquestra Sinfônica e da prefeitura de Ribeirão Preto.

O Theatro Pedro II é pa­trimônio cultural tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Ar­queológico, Artístico e Turís­tico (Condephaat). O teatro foi construído entre 1928 e 1930 a pedido do advogado João Alves Meira Júnior, um dos fundadores da Cia. Cer­vejaria Paulista.

O projeto foi elaborado pelo arquiteto Hippolyto Gus­tavo Pujol Júnior, e a parte es­trutural da construção coube à empresa alemã Kemmitz. Em 15 de julho de 1980, durante a exibição do filme “Os Três Mosqueteiros Trapalhões”, um incêndio destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior, incluindo-se o teto.

A reconstrução só teve iní­cio mais de dez anos depois, em 1991, liderada pela construtora Jábali Aude. A reinauguração aconteceu em 1996. Durante cinco décadas, foi a principal referência cultural da cidade e centro de acontecimentos políticos e sociais, recebendo grandes companhias teatrais e operísticas do exterior.

Na década de 1960, o pré­dio passou por reforma que o descaracterizou. Vários ele­mentos decorativos foram des­truídos, a plateia foi reduzida e placas de madeira encobriram camarotes, frisas e galerias la­terais para transformá-lo em cinema. Os sinais da decadên­cia levaram o teatro a mudar de proprietários.

A Companhia Cervejaria Antarctica adquiriu a Com­panhia Cervejaria Paulista, an­tiga proprietária. Entre as dé­cadas de 1950 e 70, o subsolo do teatro foi transformado em salão de bailes de carna­val. Fora do período carna­valesco, era transformado em sala de jogos. O local ficou conhecido como “Caverna do Diabo”.

Depois do incêndio, cam­panhas pedindo a preservação do patrimônio foram reali­zadas e, no dia 7 de maio de 1982, o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Artísti­co, Arqueológico e Turístico do Estado de São Paulo (Con­dephaat). Na fase de reforma, a cúpula metálica da plateia principal foi reconstruída pela artista plástica Tomie Ohtake (1913-2015) e a caixa cênica foi rebaixada em seis metros.

Foi criado um subsolo com mais dois níveis: espaços para serviços de apoio artístico, ofi­cina de cenário, carpintaria e almoxarifado técnico. Os fer­ros retorcidos na cúpula do te­atro são uma alusão às chamas do incêndio de 1980, ideia de Tomie Ohtake.

Lustre “Gota D’Água”
Desenhado pela artista To­mie Ohtake, o lustre de cristal “Gota D’Água” é coberto por uma cúpula de gesso estrutu­ral, com a fixação de lâmpadas especiais que fazem suas luzes passar por entre os recortes, criando um efeito escultural único. Com 1,4 mil quilos, tem 2,7 metros de altura por 2,2 metros de largura e possui mais de 80 lâmpadas.

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