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Procon paulista notifica Facebook

© REUTERS/Dado Ruvic/Direitos Reservados

A Fundação Procon de São Paulo (Procon-SP) notificou a empresa Facebook Serviços Online do Brasil – responsável pelas redes sociais Facebook, Instagram e Whatsapp – pe­dindo explicações sobre as ra­zões da falha que deixou os serviços fora do ar por mais de seis horas na tarde de segun­da-feira, 4 de outubro.

A empresa tem sete dias para prestar os esclarecimen­tos. Facebook – a maior rede social do mundo –, Instagram – a mais popular plataforma de compartilhamento de imagens – e WhatsApp – o aplicativo de troca de mensagens via celular preferido dos brasileiros – fica­ram indisponíveis para cerca de 3,5 bilhões de usuários em todo o mundo.

Outras plataformas so­ciais, como o Telegram e o Twitter, apresentaram insta­bilidades e funcionavam de maneira intermitente. Ape­nas o WhatsApp tem cerca de 120 milhões de usuários no Brasil, onde sete em cada dez micro e pequenas empresas usam o aplicativo para nego­ciar produtos e serviços.

De acordo com a nona pes­quisa O Impacto da pandemia de coronavírus nos Pequenos Negócios, 70% dos pequenos negócios vendem online. Des­se total, 84% se comunicam via WhatsApp; 54% via Insta­gram; e 51% pelo Facebook. O Facebook divulgou nota in­formando que o apagão global ocorreu devido a uma falha interna: um defeito durante al­teração em suas configurações.

A plataforma informou também que não houve um ataque hacker nem vazamen­to de dados dos 3,5 bilhões de usuários. “O Procon-SP pre­tende identificar as causas da pane geral e punir as empre­sas com multas superiores a R$ 10 milhões, salvo se hou­ver justificativa de evento for­tuito, externo e incontrolável, e assim fixar responsabilida­des para futuras ações indi­viduais reparatórias”, afirma Fernando Capez, diretor exe­cutivo do Procon-SP.

Além do motivo da pane, a empresa deverá informar quais providências adotou para rees­tabelecer os serviços e minimi­zar os impactos da interrupção ao público, quantos usuários foram atingidos em cada um dos aplicativos no Estado de São Paulo e detalhar o horário de início e término do pro­blema. O Procon-SP também quer saber se a interrupção dos serviços tem alguma relação com eventual vazamento de dados dos usuários das pla­taformas e quais as medidas a empresa está tomando para evitar que novas falhas ve­nham a acontecer.

O Procon-SP irá analisar as explicações da empresa e, caso fique constatada má presta­ção do serviço aos usuários e, portanto, infração ao Código de Defesa do Consumidor, o Facebook Serviços Online do Brasil poderá ser multado.

A legislação prevê que as multas podem superar R$ 10 milhões – dependendo da gravidade da infração, da vantagem obtida e do porte da empresa. “Muitos usuários tiveram prejuízos em razão da pane e consequente prestação deficiente do serviço. O consu­midor que se sentiu prejudica­do deve aguardar a resposta da empresa e a análise do Procon­-SP, que definirá a eventual res­ponsabilidade do Facebook”, explica Capez.

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