Quem passar pelo Quarteirão Paulista, no Centro Histórico de Ribeirão Preto, até quinta-feira, 7 de outubro, verá a fachada do Theatro Pedro II iluminada de cor-de-rosa. A iniciativa tem o objetivo de apoiar a campanha Outubro Rosa, para conscientizar e alertar as mulheres e toda a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo de útero.
“É um tema que merece destaque e iluminar o Theatro Pedro II ajudará a reforçar a importância dos cuidados com a saúde da mulher”, explica Nicanor Lopes, presidente da Fundação Dom Pedro II. A campanha foi criada na década de 1990 pela Fundação Susan G. Komen for the Cure, em uma movimentação internacional de conscientização para o controle do câncer de mama.
Cerca de 13% dos casos de câncer de mama em mulheres com mais de 30 anos poderiam ser prevenidos por meio de atividade física, aleitamento materno, pela não exposição ao consumo de álcool e pelo não excesso de peso, revelou pesquisa divulgada nesta sexta-feira (1º), na internet, pelo Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), durante cerimônia de lançamento da campanha Outubro Rosa, pelo Ministério da Saúde.
“Os resultados mostraram que pelo menos R$ 102 milhões gastos no Sistema Único de Saúde (SUS) poderiam ter sido evitados pela não exposição aos fatores de risco. Os resultados em conjunto destacam o impacto desses fatores, não só sobre o número de casos, mas sobre os gastos federais do SUS com o tratamento do câncer de mama, disse a nutricionista Maria Eduarda Melo, chefe da Área Técnica de Alimentação, Nutrição, Atividade Física e Câncer do Inca.
No ano passado, mais de 2,3 milhões de mulheres em todo o mundo tiveram câncer de mama, o tipo que mais acomete a população feminina e mais mata. Ele representa cerca de 24,5% de todos os tipos de neoplasias diagnosticadas, segundo o Inca. No Brasil, em 2020, cerca de oito mil casos tiveram relação direta com os fatores comportamentais citados.
Em 2018, o estudo mostrou que o gasto com tratamento da doença no SUS ultrapassou R$ 813 milhões, dos quais os quatro principais fatores de risco representaram 12,6% de todo o custo, ou o equivalente a R$102,5 milhões. A inatividade física correspondeu à maior fração do valor total (4,6%), seguida pelo não aleitamento materno (4,4%), excesso de peso (2,5%) e consumo de bebida alcoólica (1,8%).
A prevenção do câncer de mama, de acordo com o instituto, passa pela alimentação, que deve ser à base de alimentos in natura. “Estamos falando de frutas, legumes e verduras, arroz, feijão, sementes. Isso deve compor a base da nossa alimentação e devemos evitar alimentos ultraprocessados, ou seja, aqueles alimentos prontos para aquecer e prontos para consumir, além de evitar o consumo de álcool.
Seguindo as recomendações, fica mais fácil manter um peso saudável”. As mulheres devem também manter-se fisicamente ativas, como parte da rotina diária, considerando a atividade física como lazer e qualidade de vida. A nutricionista ressaltou, no entanto, a importância de ações e políticas que fortaleçam a adoção e o acesso a práticas mais saudáveis.
Mortalidade
Em 2019, o Brasil registrou 18.068 mortes por câncer de mama. O Inca estima que até 2030 haverá estabilidade das taxas de mortalidade para mulheres na faixa etária entre 30 e 69 anos, mas a projeção ainda está bem distante da meta de 30% de redução estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU). Os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável preveem, até 2030, reduzir em um terço as mortes prematuras por doenças crônicas não transmissíveis, entre elas, o câncer.