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Esportes

Investigação aponta 10 casos de corrupção no boxe na Olimpíada do Rio em 2016

DEAN MOUHTAROPOULOS/GETTY IMAGES

Matéria do jornal britâni­co The Guardian revelou, na quarta-feira, detalhes de todo o trabalho de investigação realizado nos últimos cinco anos, que apon­ta pelo menos 10 casos de corrup­ção no boxe nos Jogos Olímpicos do Rio em 2016.

“Uma grande investigação sobre o boxe nos Jogos Olímpicos de 2016 identificou de sete a dez lutas suspeitas em que a manipu­lação de resultado provavelmente ocorreu. Sabe-se que uma dessas lutas envolve o boxeador irlandês Michael Conlan, que perdeu para o russo Vladimir Nikitin em uma decisão dividida altamente polê­mica nas quartas-de-final do peso galo no Rio de Janeiro.

Mais detalhes serão esperados na quinta-feira, quando o profes­sor Richard McLaren, que condu­ziu a investigação de 2016 sobre as alegações de doping patrocinado pelo Estado pela Federação Russa, dará uma entrevista coletiva em Lausanne para revelar detalhes da primeira fase de sua investigação sobre o boxe amador.

McLaren e sua equipe de in­vestigadores da Harod Associates passaram os últimos três meses examinando julgamentos sus­peitos após um pedido do órgão regulador do boxe amador, Aiba, para examinar a corrupção. Bo­atos de supostas irregularidades envolveram o torneio carioca de boxe de 2016 antes mesmo de um soco ser dado – com o Guar­dian dizendo que “não havia dú­vida” de que certas lutas no Rio seriam “corrompidas”.

Horrorizados, oficiais senio­res do esporte também disseram a este jornal na época que uma quadrilha de oficiais foi capaz de usar seu poder para manipular o sistema de julgamento e garantir que certos boxeadores vences­sem. Quando o torneio começou, houve então uma fúria generali­zada após uma série de decisões altamente questionáveis, com Conlan chegando a culpar a Aiba pela corrupção “do núcleo ao topo” após sua derrota. “Eles são uns trapaceiros”, disse ele ao lado do ringue. “Eles são conhecidos por serem trapaceiros. O boxe amador fede do fundo ao topo. É sobre quem paga mais dinheiro.”

Em 2017, a Aiba removeu permanentemente todos os seus juízes “cinco estrelas” da compe­tição internacional e admitiu que “uma concentração de poder de decisão” e “um eixo de influência indesejável” afetou seu julgamen­to durante as Olimpíadas do Rio. No entanto, disse que não encon­trou “interferência ativa” nos re­sultados, mas aceitou que houve um “impacto prejudicial nas me­lhores práticas em competição”.

Desde então, a Aiba foi sus­pensa pelo Comitê Olímpico Internacional e há um temor crescente nos círculos de boxe de que o esporte possa ser ex­cluído das Olimpíadas de 2024. No entanto, o corpo governante do boxe amador insiste que mu­dou sob a presidência de Umar Kremlev, que substituiu Gafur Rakhimov – cujo curto mandato foi encerrado por ele estar na lis­ta de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA como “um dos principais criminosos do Us­bequistão”, o que ele contestou.

Como parte de suas reformas, a Aiba pediu à McLaren para olhar novamente para as Olimpí­adas de 2016 como parte de uma investigação de três partes sobre o esporte, que o órgão regulador es­pera que a ajude a retornar ao re­banho do COI. Mas apenas na se­mana passada o COI alertou que tinha preocupações contínuas so­bre o julgamento do esporte nos Campeonatos Mundiais Juvenis e Asiáticos da Aiba, realizados no início deste ano. O Conselho Executivo do COI também rea­firmou suas “preocupações mais profundas” com a governança da Aiba e reiterou sua posição ante­rior de que o lugar do boxe em Paris 2024 estava em dúvida.

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