Tribuna Ribeirão
Política

Guedes diz que, às vezes, tem vontade de ‘devolver tudo’

MARCOS CORRÊA/PR
Por Francisco Carlos de Assis e Lorenna Rodrigues

O ministro da Economia, Paulo Guedes, mostrou nesta segunda-feira toda a sua insatisfação com as críticas que governo Bolsonaro vem recebendo por meio de uma suposta falta de plano econômico de sua equipe. “Tenho vontade, às vezes, de devolver tudo, mas tenho tentado melhorar como pessoa”, disse o ministro acrescentando ter consciência de que alguém na sua posição precisa tomar muito cuidado com as palavras que solta.

As declarações foram feitas no 4º Encontro “O Brasil Quer Mais”, promovido pela International Chamber of Commerce (ICC), no painel “Por que ainda não abrimos”.

Ele frisou por várias vezes que quem critica a falta de um plano do seu ministério é porque tem um treinamento em equilíbrio geral com deficiências. De acordo com ele, para quem ainda não sabe, o plano de dez anos do governo é continuar com as privatizações e que Petrobras e Banco do Brasil, todos estão na fila.

A reforma administrativa, segundo o ministro, não é a mais potente, mas é o que foi “politicamente possível”, disse reafirmando que entregou a reforma a reforma administrativa em 2019 e que só agora ela será analisada.

Sobre o tema do evento, “Por que ainda não abrimos?”, o ministro Guedes disse que a abertura será gradual, mas de forma irreversível. “Mas vamos abrir. A ideia inicial era baixar a tarifa de importação do Mercosul em 10% neste ano e mais 10% no ano que vem. Mas desviamos o foco de acordos comerciais para a Ásia e estamos conversando com Indonésia, Coreia do Sul e Índia”, afirmou.

Ele voltou a responsabilizar a Argentina pelo não avanço da proposta para reduzir a taxa a alíquota do Imposto de Importação dentro do Mercosul. Disse entender o mau momento econômico por que passa a Argentina, mas que não acha justo o país vizinho barrar o que ele chama de modernização do bloco comercial.

Guedes disse ainda, mais para o final da sua participação no evento, que a covid-19 tirou do governo um ano e meio de reformas estruturantes que poderiam estar gerando bons frutos para a economia brasileira.

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