A atração deste mês do Clube do Livro – projeto da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, coordenado pela bibliotecária Gabriela Pedrão – será
“A Peste”, do escritor, filósofo, romancista, dramaturgo, jornalista e ensaísta franco-argelino Albertt Camus (1913-1960). O debate será neste sábado, 25 de setembro, às 16 horas. A atividade será transmitida pela plataforma de reuniões Zoom e replicada na plataforma e YouTube da fundação.
Escrito em 1947, um período pós-guerra, a obra de Camus recebeu atenção recente por conta da pandemia da covid-19. O livro conta a história da chegada de uma epidemia à cidade argelina de Orã. Sob o olhar do personagem principal, um médico que combate a doença até o fim e após muitas mortes, o narrador descreve como a população vai reagir, caminhando da apatia à ação, e como alguns vão se expor ao risco de contaminação para enfrentar a disseminação da doença.
“Ele é um clássico e nós o escolhemos por tudo que estamos vivendo com a pandemia. ‘A peste’ foi um livro muito lido e discutido durante os últimos meses na comunidade leitora. É uma obra importante e que reflete tudo o que estamos vivendo, tanto na crise política quanto na sanitária”, comenta Gabriela Pedrão.
Segundo a bibliotecária há, ainda, espaço para outras visões na obra: como os aproveitadores que lucram com o mercado paralelo de produtos e as autoridades, que hesitam em fazer campanhas abordando a doença. “Espero conversar sobre a situação que estamos vivendo no Brasil, em diversos aspectos diferentes, fazendo uma conexão com a cidade da obra, que enfrenta uma epidemia e todos os seus desdobramentos nos habitantes e na política”, adianta.
Albert Camus referenciou a ocupação nazista da França para escrever “A Peste”, já que, na época, não havia nenhuma crise sanitária no país. O autor foi vencedor do Prêmio Nobel de literatura em 1957 e já vendeu, até 2020, 24,7 milhões de exemplares, isso sem contar as traduções. “A Peste” é um dos maiores livros a ter uma epidemia como tema central.
Em agosto, o Clube do Livro discutiu o clássico “1984”, best-seller do escritor britânico George Orwell (1903-1950). Em julho, a obra escolhida foi “Flores para Algernon”, do romancista americano Daniel Keyes (1927-2014). Em junho, foi a vez de “A filha perdida”, da escritora italiana Elena Ferrante. Antes, em maio, a discussão envolveu “Torto arado”, do romancista baiano Itamar Vieira Junior. Em abril, o livro escolhido foi “A vida pela frente”, do romancista francês Romain Gary (1914-1980).
Em março, o Clube do Livro discutiu “Sobre os ossos dos mortos”, da escritora polonesa Olga Tokarczuk, vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2019.
Em fevereiro, teve como tema central a obra “O Deserto dos Tártaros”, do italiano Dino Buzzati (1906-1972). Em janeiro, o livro escolhido foi “A Elegância do Ouriço”, da romancista e filósofa francesa Muriel Barbery.
O projeto vai até dezembro. O debate será transmitido na plataforma de reuniões Zoom (https://us02web.zoom.us/j/82993931880), com link disponível também na BIO do Instagram da Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto. Com transmissão ao vivo também pela plataforma digital da instituição (www.fundacaodolivroeleiturarp.com) e YouTube (www.youtube.com/user/ FeiraDoLivroRibeirao).