Por Matheus de Souza
O governo de São Paulo manteve a posição expressa na tarde desta quinta-feira, 16, de que continuaria com a vacinação contra covid de adolescentes de 12 a 17 anos, mesmo após o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, recomendar o contrário. De acordo com dados divulgados pelo governador João Doria (PSDB), cerca de 72% dos adolescentes do Estado foram vacinados, e a recomendação da Saúde de suspender a aplicação do imunizante causa “apreensão e insegurança em milhões de adolescentes e suas famílias”.
Notas reforçando a posição do governador paulista foram sendo divulgadas ao longo da tarde. Iguais em conteúdo, os comunicados adicionavam pequenas informações à postura adotada pela gestão paulista.
Na primeira, antes das falas de Queiroga em coletiva, o governo declarava apenas que a decisão da Pasta ia na “contramão de autoridades sanitárias de outros países”, mais tarde, após coletiva de imprensa onde o ministro reforçou o pedido para que fosse interrompida a vacinação de adolescentes, o governo repetiu a nota adicionando a informação de que decisão também ia “na contramão da orientação do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass)”.
Também foi adicionada a informação de que a aplicação das vacinas em adolescentes seguia a recomendação do Comitê Científico do Estado.
Em nota emitida pelo Ministério da Saúde, foi recomendada a suspensão da aplicação das vacinas aos adolescentes sem comorbidades que, pelo calendário nacional, teria início ontem. De acordo com o órgão, a revisão prevê que a imunização prossiga apenas para adolescentes que apresentem deficiência permanente, comorbidades ou que estejam privados de liberdade.
Na justificativa, a Pasta aponta, entre outros fatores, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a imunização de crianças e adolescentes, com ou sem comorbidades, e que a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela doença apresentam evolução benigna da covid.