Manifestantes do Movimento de Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparam a sede da Bolsa de Valores de São Paulo (B3) na tarde desta quinta-feira, 23 de setembro, em meio a um protesto contra a fome, a desigualdade e a inflação no Centro da capital paulista. A B3 informou que movimento já deixou o prédio, mas manifestantes continuam do lado de fora.
Imagens publicadas pelo movimento mostraram dezenas de militantes em um hall interno do prédio, agitando bandeiras e carregando cartazes com mensagens contra a alta de preços e contra o presidente Jair Bolsonaro. Eles faziam uma passeata no Centro Histórico paulistano e entraram correndo no edifício, sem que os seguranças pudessem conter o grupo. O ato começou por volta das 13 horas.
“É inadmissível que quase 100 milhões de brasileiros estejam em situação de fome e insegurança alimentar enquanto os bilionários movimentam R$ 35 bilhões por dia só aqui na Bolsa”, disse a líder sem-teto Debora Pereira, segundo uma nota divulgada pelo grupo. “Alguém está ganhando muito dinheiro com a fome do brasileiro e isso nós não podemos aceitar.”
Em frente ao painel informativo com as cotações do dia, manifestantes exibiam uma bandeira do Brasil estilizada com a palavra “fom””. Um cartaz também trazia a frase “sua ação financia nossa miséria”. Outros continham mensagens de indignação com a inflação no país. O movimento ressalta que entrou no local de forma pacífica.
Os sem-teto dizem que elegeram o local como uma espécie de símbolo da concentração de renda e da especulação financeira, enquanto tentam chamar atenção para o desemprego e a pobreza. Eles também criticam o apoio de parte dos grandes empresários do País ao governo Bolsonaro, que também é alvo da manifestação.
Mais tarde, por volta das 16 horas, a B3 informou que o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) já havia desocupado o prédio, na rua XV de Novembro, Centro de São Paulo. Segundo a Bolsa de Valores, os manifestantes continuam do lado de fora do imóvel. Disse ainda que os manifestantes permaneceram no lobby, que tem acesso público, e não tentaram acessar outras áreas do prédio.