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Ele afinou? Que nada!

Durante os dois últimos meses, o nosso presidente curan­deiro, perigoso, incentivou seus incautos para comemorarem, especialmente, o “Dia da Pátria”, o Dia 7 de Setembro, nas ruas e com faixas contra o Supremo Tribunal, contra o Congresso, con­tra os Ministros Alexandre de Morais, este chamado de canalha até, e Luis Roberto Barroso. Agora, depois do fiasco, ele disse que suas criticas, violentíssimas na verdade, até contra as instituições, foram pelo “calor do momento”. Um momento que dura mais de dois anos e oito meses. Um verdadeiro cara de pau.

Não cansou de insuflar quem o ouve e segue, para aquele dia “D”, quando então a alma, o espírito e a crença dos milicianos do Rio de Janeiro, que tentam apodrecer de vez a estrutura daquele Estado, poderiam tomar o Poder do estado brasileiro e, ai sim, as milícias cariocas, vitoriosas, venceriam a bandeira das “ra­chadinhas’, para organizarem o assalto aos cofres públicos, nos moldes da quadrilha qualificada como quadrilha, que negociava a propina de bilhões, na compra de vacina inexistente, e com o pagamento adiantado, para ser depositado em algum paraíso fiscal desse mundo sem deus.

E o pior dessa permanente arruaça institucional, provoca­da pelo único provocador de malfeitos, que é o presidente da república, estabelece tal instabilidade e tal insegurança, que o anima a estar sempre indo além, em busca do caos, do qual ele não desiste, apesar de voltar atrás de suas posições, quantas vezes forem necessárias, para preparar um novo emblema ou mote e um novo alvo, para seu ataque de atacante incansável, e só. Aí viriam as forças armadas, pensa ele, dizendo “o meu exército”, do qual, um dia, uma Comissão de Justificação o condenou sobre violação disciplinar gravíssima, e o general Geisel etiquetou-o como “um mal militar”.

Depois, de mais de dois anos agredindo pessoas e institui­ções, ele convoca a manifestação do dia “D”, sofre uma decepção, porque os berros de seus seguidores não foram tão fortes para causar a derrubada da República, e eis que, desesperado, apoia­-se no ex-presidente Michel Temer, que redige a Carta à Nação, e telefona ao ministro Alexandre de Morais, causando a má impressão de querer amortecer a aplicação da lei sobre quem, pouco antes, lhe chamara de canalha. Elas por elas, jamais!

Bolsonaro recuou? Recuou sim, mas não nos enganemos, já que nas suas contradições diárias, do ir-e-vir através de cami­nhos de tensão e ataque, despreocupado com a coerência que ele não preza e não tem, pode-se esperar que, na próxima, ele virá mais furioso, mais raivoso, para provar às suas bases, que ele não é o “frouxo”, nem o “m…” como elas o taxaram.

O ministro aposentado do STF, Celso de Mello, em alerta publicado pela imprensa, e relembrando o Pacto de Munich pro­posto por Hitler, na antevéspera da 2ª. Guerra Mundial, quando simplesmente eleo rasgou, adverte: “O teor de sua “Declaração à Nação” mostra-se incompatível com sua personalidade autocrá­tica e inconciliável com a sua comprovada disposição de ultrajar a Constituição e de ignorar os limites que a Carta Política impõe aos seus poderes”.

Mas, enquanto ele estiver lá no Palácio, devemos agir como resistentes, dia a dia, minuto a minuto, porque a democracia corre muito perigo com ele. E o presidente da Câmara está ab­solutamente hipnotizado para defesa de seus interesses, sentado comodamente em mais de cem pedidos de “impeachment”, numa revelação que na ordem jurídica do país existe campo de arbitrariedade e abuso.

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