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Após manifestações, setor de eventos questiona: “Por que só nós continuamos parados?”

FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL

A Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abra­pe) utilizou as redes sociais após as manifestações do 7 de Setembro, que reuniu milhões de pessoas nas ruas de todo o Brasil, para fazer um desaba­fo: “Por que só nós continua­mos parados, limitados para exercer nossas atividades?”.

As palavras, escritas pela conta oficial da entidade são do presidente da Abrape, Do­reni Caramori Júnior, que completou: “Vimos grandes aglomerações de todas as ban­deiras ideológicas e nós, que representamos uma cadeia produtiva que emprega mais de seis milhões de pessoas, continuamos sofrendo restri­ções”, cobrando respostas dos poderes públicos.

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Doreni disse ainda que não tem como comparar a segu­rança proporcionada por um evento, que segue todas as normas de segurança sanitária, com as manifestações. “Se to­das as bandeiras ideológicas se sentem seguras como este tipo de aglomeração, quais os moti­vos que impedem a realização de eventos, que são muito mais seguros?”, questionou.

O presidente da Abrape apontou outros fatores, como o avanço da vacinação e a que­da do número de casos de co­vid-19 em todo o país, para a retomada do setor. “É hora do setor de eventos voltar. A imu­nização avança e os números mostram o impacto positivo disso. Temos que voltar. Já so­fremos demais com as dívidas que se acumulam e o desem­prego que não para de crescer. Exemplos bem sucedidos em outros países demonstram que é possível retomar as ativida­des no modelo tradicional, seguindo protocolos de se­gurança sanitária. Queremos isonomia no tratamento. Ou­tros setores com grande fluxo de pessoas não tiveram que seguir a mesma exigência e já retomaram as atividades”, finalizou Doreni.

ARQUIVO TRIBUNA

Deputado Ricardo Silva fala em hipocrisia
O deputado federal Ricardo Silva (PSB) se manifestou em discurso na tribuna da Câmara Federal, um dia após as manifesta­ções de 7 de Setembro e fez um paralelo ao setor de eventos. Para ele, há hipocrisia.
“Por que pessoas podem aglomerar em manifestações, muitas sem máscaras, e o setor de eventos não pode funcionar? Um show feito com regras, uso de máscara e segurança transmite mais o vírus? É preciso parar com essa hipocrisia! O setor emprega milhares de pessoas e movimenta a economia”, discursou.
Silva disse que apoiara o projeto do deputado federal pelo Pernambuco, Felipe Carreras (PSB), autor do projeto de socorro ao setor de eventos. A proposta prevê par­celamento de débitos de empresas, entre outras medidas para compensar perda de receitas em razão da pandemia.

DIVULGAÇÃO

Sensação de impotência, diz produtor
A sensação do setor de eventos culturais foi de uma impotência muito grande. A avaliação é do produtor cultural da Nice Trip Produções, Tiago Adorno. “Principalmente porque não houve dire­cionamento e muito menos apoio aos profissionais do nosso segmento. Os poucos avanços que acon­teceram demandaram uma pressão gigantesca, como se tivéssemos que provar nossa existência em um mercado que gera números anuais na casa dos bilhões. Artistas e produtores ficaram total­mente desamparados por muito tempo! Alguns ainda seguem, infelizmente”, aponta Adorno.
O produtor aponta que com a vacinação e dimi­nuição do contágio pela covid-19 e a redução do número de internações e óbitos, o mercado de shows e eventos começa a demonstrar uma re­tomada gradativa. “A projeção é a de que eventos com capacidade reduzida, determinada, seguindo todos os protocolos de higiene e segurança, já de­vem voltar a acontecer a partir de novembro desse ano, pelo menos no estado de São Paulo. Acredito que, de forma gradativa, a partir do ano que vem, o mercado vai ganhar muita força com o retorno dos grandes festivais e eventos que poderão receber um número maior de pessoas. Seguindo proto­colos e recomendações de higiene e segurança menores dos que os exigidos hoje”, aposta.

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