João Camargo
Diante da pandemia do novo coronavírus, que tem impactado o comércio em todo o país nos últimos dois anos, os lojistas e comerciantes tiveram que se adaptar e fortalecer os laços com as plataformas de vendas online. De acordo com um estudo feito pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), houve um crescimento de 68% nas vendas online no Brasil, em 2020. Para 2021, a projeção é de que o e-commerce continue crescendo gradativamente e atinja os 34%. Na Região Metropolitana de Ribeirão Preto esse crescimento foi de 89%.
Ainda segundo a ABComm, a obrigatoriedade de se comprar online ajudou na mudança de hábitos de consumo dos brasileiros, agregando as compras via internet à sua rotina. O balanço feito durante o primeiro trimestre deste ano mostra que foram registradas cerca de 78,5 milhões de compras online no país, o que representa crescimento de 57,4% no comparativo com o mesmo período do ano passado.
O crescimento das vendas online em 89% na Região Metropolitana de Ribeirão Preto são referentes ao primeiro trimestre de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020. Os dados são de uma pesquisa da NeoTrust, em parceria com o Comitê de Líderes de E-commerce (ComEcomm). De acordo com o gestor de Marketing e Relações Institucionais da Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto (Acirp), Carlos Ferreira, o cenário já está impactando o comércio local.
Ferreira informou que a maior parte dos negócios do varejo precisou aderir a esse meio de vendas para sobreviver durante a pandemia. “Essa situação [a pandemia] fez com que muitos lojistas acelerassem a adesão ao comércio eletrônico, seja via site, landpages, marketplaces, chat-commerce, etc. Agora que a situação se normaliza, o que percebemos é que é possível e necessário manter o atendimento das duas formas e melhorar a relação com essas ferramentas”, avaliou.
Além disso, o gestor de Marketing e Relações Institucionais da Acirp ainda ressaltou que não é possível mais viver sem estar conectado e presente no ambiente online. “Muitos comerciantes associados da Acirp passaram a ter o digital como principal fonte de renda e hoje esse meio representa grande parte das vendas, sendo inclusive responsável por novos pontos de distribuição, além do atendimento físico. Entretanto, é fundamental que os empresários estejam muito bem preparados para aderir ao e-commerce, entendendo o funcionamento das plataformas e ferramentas disponíveis e adequando sua operação, preços e marketing à realidade do comércio eletrônico”, disse Ferreira.
Opinião essa que também é compartilhada pelo presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Ribeirão Preto (Sincovarp) e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Ribeirão Preto, Paulo César Garcia Lopes. Segundo ele, o comércio eletrônico é um caminho sem volta e, quem não se adequar ou se adaptar, facilmente ficará para trás.
No entanto, Lopes acredita ser muito importante que o comércio esteja aberto para esta mudança e que entenda que as vendas pela internet são o presente e o futuro. “O Sincovarp e a CDL convidam os lojistas a participarem desta grande onda de transformação digital no varejo de Ribeirão e região. Nenhum lojista pode ficar de fora. Convidamos os lojistas a conhecerem os programas que temos nesta área”, completou.
Incentivo aos lojistas
Além de convidar os comerciantes a se envolver cada vez mais com este modelo de vendas, o presidente do Sincovarp e da CDL informou que ambas as entidades buscam estimular as vendas online e a transformação digital o tempo todo nas empresas. Lopes comunicou também que foi criado um aplicativo do comércio que conta com cupons de descontos exclusivos, com o objetivo de aumentar as vendas.
“Além disso, Sincovarp e CDL realizam e compartilham, constantemente, lives e cursos, alguns deles em parceria com o Sebrae e com o Senac, com o intuito de capacitar os comerciantes e os ajudarem a vender mais”, informou Lopes.
Assim como essas duas entidades, a Acirp também aposta em um trabalho direcionado para a migração ao ambiente online e, para isso, ofereceu cursos, palestras, consultorias e criou uma estrutura de informação para que os comerciantes e empresários de outros segmentos possam entender o funcionamento da nova realidade que se instalou.
“Foram produzidos diversos boletins informativos e abrimos um canal direto com os nossos associados via WhatsApp. Além disso, desenvolvemos um aplicativo próprio, o PromoRibeirão, um marketplace similar aos grandes mercados digitais, para funcionar como porta de entrada dos comerciantes no meio online”, acrescentou Ferreira. O app é baseado na oferta de cupons de descontos e tem como objetivo facilitar as relações de consumo e promover a fidelização de clientes junto ao varejo local.