João Augusto da Palma *
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Comemoramos sempre os avanços da tecnologia, a luta da medicina para uma vida mais longa e do que é, simplesmente, a modernidade, o conforto. Nem tudo são flores.
A II Guerra terminou com tanques (blindados) que nos anos 50 eram respeitosas atrações nos grandes desfiles patrióticos, como aqui vimos no centenário.Orgulhávamos desses defensores!
Em 1990 (Guerra do Golfo, Kuwait) o mundo assistiu os combates à distância, com uso dos mísseis que cruzavam os céus, explodindo redutos militares, matando também civis inocentes. Os tanques perdiam o seu protagonismo, reservando-se para combates secundários (no solo).
Agora, mais três décadas já se passaram e a novidade para os ataques, na linha de frente, são os drones, executando bombardeios dirigidos, como fizeram os Estados Unidos. Pelo visto os opositores (terroristas, de Cabul) parecem menos evoluídos, mas surpreendem com intensa potencialidade destrutiva, agindo contra a multidão, matando sem discriminar, usando um tipo de foguete que age a um curto espaço (a menos de dois metros do alvo), explodindo com pouca munição (são econômicos).
A exemplo dos drones (não se sabe se foram comprados em promoção das Casas Bahia), tornam o conflito sem a “espetacularização” midiática do Kuwait. Ambos assustam o mundo pela tragédia causada e pelo temor que impõem aos que lá ficam, como a todos de qualquer lugar do planeta.
Os abrigos anti aéreos (sub solo), como proteções pessoais (auto defesa) dos europeus no século passado, estão superados, desativados viraram centros comerciais, principalmente na Alemanha, que não pretende uma outra guerra, como aquela…Qual a nova estratégia a ser implantada? Para os combates abandonou-se o grande exército, dada a tecnologia e a inteligência das forças americanas e as do resto do mundo (aliado ou não).
A retirada dos soldados americanos e dos fugitivos de Cabul nesses últimos dias (despencando de aviões em vôo) foi artesanal, mecânica, não prevista e nem fantástica como era de se esperar por criação da ficção científica da indústria cinematográfica de Hollywood. Nisso não evoluímos.
A aproximação do 11 de setembro (de triste lembrança) amplia a má expectativa de todos, pedindo a Deus para que a intervenção dos mais sensatos restabeleça a paz que se perdeu e expandiu sofrimento.
Ninguém consegue imaginar o que se possa, modernamente, criar para o mundo bélico nas próximas décadas, com armas mais imperceptíveis que tornem obsoletos os drones, de hoje, e os mini foguetes de Cabul.
O aproveitamento indesejável dos drones (por aqui até nas mãos das organizações criminosas) mostra que o sistema de contra-ataque,como fez Biden, tende a ser vencido rapidamente –os terroristas de lá também pensam e tem recursos financeiros.
Os próximos dias são de enorme apreensão e, para os brasileiros, avizinhando o 7 de setembro, vivemos também a terrível crise político-institucional impulsionada pelo não apaziguador, o Bolsonaro. O descontrole d opresidente, que agora fala de sua prisão (por ele desacreditada, como é natural que assim pense) e de que sem feijão o fuzil (?) é viável, revela seu despreparo (outra vez) para o cargo, dando péssimo exemplo ao país e deste para o mundo. É mal…
* Advogado especialista (USP) em Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, consultor de empresas, professor e escritor