A Secretaria Municipal da Saúde informa que a Unidade Básica e Distrital de Saúde Doutor João Baptista Quartin, a UBDS ou Pronto Socorro Central, e UBDS Doutor Marco Antônio Sahão, na Vila Virgínia, a UBDS Sul, terão os atendimentos suspensos nesta segunda (30) e na terça-feira, 31 de agosto, para viabilizar a logística nos sistemas de informática e adequação dos demais serviços. O Polo Covid-19 também será desativado.
A UBDS Vila Virgínia retornará com o seu funcionamento normal a partir das sete horas de quarta-feira, 1º de setembro. A pasta esclarece ainda que disponibilizará, durante esses dias, uma equipe de acolhimento nas duas unidades de saúde para orientação do desvio de fluxo temporário, com serviço de acolhimento, informações e orientações aos pacientes. que procurarem as unidades e disponibilização de transporte, quando necessário.
A secretaria também ressalta que, a partir do dia 1º, o horário de atendimento da UBDS Central, na avenida Jerônimo Gonçalves nº 466, na Baixada, no Centro Velho de Ribeirão Preto, será reduzido. Vai funcionar das sete às 19 horas. Além do horário limitado e de absorver toda a demanda de atenção básica do Centro, terá de atender os pacientes da área de abrangência da Vila Virgínia, hoje a cargo da UBDS Sul, na rua Franco da Rocha nº 1.270).
A UBDS Central passará por obras de reforma e adequação estrutural para ser transformada no Centro de Atenção Psicossocial IV (Caps IV), com atendimento 24 horas e previsão de início das atividades para o primeiro semestre de 2022. Os pacientes com suspeita de infecção por coronavírus passarão a ser recepcionados em todas as Unidades de Pronto-Atendimento da cidade.
Ou seja, na UPA Doutor Luis Atílio Losi Viana (UPA Leste, no Jardim Paulista, avenida Treze de Maio nº 353,), UPA Nelson Mandela (UPA Norte, Adelino Simioni, avenida General Euclides de Figueiredo nº 295 ) e Doutor João José Carneiro (UPA Oeste, no Sumarezinho, rua Teresina nº 678).
O projeto de transformação da UBDS Central em Caps foi apresentado na semana passada pelo secretário da Saúde, Sandro Scarpelini, na Câmara de Vereadores. A proposta também foi aprovada por unanimidade pelo Conselho Municipal de Saúde e pela comissão intergestores do 13º Departamento Regional de Saúde (DRS-XIII).
Agora será encaminhada ao Ministério da Saúde e à Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O investimento no Centro de Atenção Psicossocial IV será de aproximadamente R$ 700 mil. A estrutura atual será aperfeiçoada para atender urgências psiquiátricas com atendimento 24 horas, com serviços de alta complexidade.
Os recursos orçamentários para custeio estão estimados em R$ 1,5 milhão por mês, sendo que R$ 400 mil serão custeados pelo Ministério da Saúde e o restante pelo município. A previsão de início das operações é para o primeiro semestre de 2022. O corpo clínico será formado por profissionais qualificados no tratamento em saúde mental.
Terá equipe composta por médicos psiquiatras, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais, numa estrutura adequada e qualificada para o atendimento específico dessa demanda. O equipamento deverá ser gerido pela Fundação Santa Lydia.
O número de leitos de atendimento psiquiátrico em Ribeirão Preto é quatro vezes menor do que o recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de três a cinco por mil habitantes. Somente em 2020, a cidade absorveu 508 solicitações de internação psiquiátrica via sistema estadual que regula a oferta de leitos psiquiátricos para o DRS-XIII, o Cross.
Inclusive para a cidade-sede, sendo efetivadas 313 internações. O tempo médio de espera por uma vaga de internação é seis dias. Aproximadamente 2,5 mil pacientes de saúde mental passam pelas UPAs do município todo ano, numa média de aproximadamente sete pacientes por dia, a maioria deles com quadros graves e situações de crise.
Em média, os leitos de observação dos cinco pronto-atendimentos do município são ocupados por 16 pacientes em situação de urgência psiquiátrica (34% dos leitos disponíveis), o que acaba por diminuir significativamente a oferta de leitos de observação para outras especialidades.
Ribeirão Preto possui, atualmente, sete serviços especializados de saúde mental, seis Centros de Atenção Psicossocial e um Ambulatório Especializado de Saúde Mental com capacidade para atender em torno de 14 mil pacientes por ano.
Segundo dados levantados pela literatura internacional, a prevalência de transtornos mentais na população geral gira em torno de 8% a 12%, entre casos moderados a grave. Em Ribeirão Preto, tal prevalência indicaria a necessidade de atendimento de uma população em torno de 70 mil pacientes, se levada em consideração proposta de cobertura universal.