O governador João Doria (PSDB) anunciou nesta quarta-feira, 25 de agosto, que a aplicação da terceira dose da vacina contra covid-19 para cerca de 900 mil pessoas acima de 60 anos começará a partir do próximo dia 6 de setembro. De acordo com o tucano, as discussões sobre o tema foram finalizadas na manhã de ontem, logos após o anúncio feito pelo Ministério da Saúde.
O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 a partir do dia 15 de setembro em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos. Na mesma data, a pasta vai reduzir o intervalo da aplicação da segunda dose dos imunizantes da Pfizer/BioNTech e AstraZeneca/Oxford/;Fiocruz das atuais doze semanas para oito semanas.
De acordo com o ministro, no dia 10 de setembro, a pasta finalizará a distribuição de imunizantes para a aplicação da primeira dose em toda a população brasileira com mais de 18 anos, o que abre espaço para a antecipação e o reforço vacinal anunciado.
A partir do dia 15 de setembro, serão enviadas aos Estados as doses de reforço para os imunossuprimidos – pessoas com câncer ou transplantados, por exemplo – que tenham tomado a segunda dose há pelo menos 28 dias e de idosos com mais de 70 anos que tenham tomado a segunda há pelo menos seis meses. A aplicação nos idosos seguirá ordem cronológica, do mais velho para o novo.
Doria já havia adiantado o anúncio sobre a decisão do governo a respeito do tema. De acordo com o coordenador do Centro de Contingência da Covid, Paulo Menezes, a aplicação da terceira dose da vacina acontece como a adoção de “um passo a mais na segurança” da população mais vulnerável em meio ao avanço da variante Delta no país.
O coordenador do Centro de Contingência, João Gabbardo, ressalta que os índices epidemiológicos do Estado continuam a melhorar, mesmo com o avanço de casos da variante delta. “Não temos nenhum tipo de alteração nos indicadores por consequência do aparecimento dessa variante até o presente momento”, diz.
Gabbardo afirma que tanto a antecipação da segunda dose da vacina, quanto a aplicação da terceira dose do imunizante são medidas tomadas com base na observação do avanço da variante em outros países. O Estado de São Paulo registrou nesta terça-feira (24) média móvel de 196 mortes por covid-19 por dia. Na comparação com 14 dias anteriores, a tendência voltou a ser de queda, após duas semanas em estabilidade.
Em Ribeirão Preto, oito pessoas foram diagnosticadas com a cepa indiana do novo coronavírus, segundo dados do Hemocentro e do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto – ambos ligados à Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMRP/USP). São três homens e cinco mulheres, com idade de 26 a 90 anos, que foram diagnosticados com covid-19 na segunda semana de agosto.
Eles tiveram sintomas como febre e dores de cabeça e no corpo. Nenhum precisou ser internado. Ainda de acordo com os pesquisadores, apenas os pacientes de 64 e 90 anos tinham completado o esquema vacinal. Os outros seis já tinham recebido a primeira dose, mas ainda aguardam a aplicação da segunda. A transmissão pela variante Delta em Ribeirão Preto já é considerada comunitária.
Na terça-feira (24), o Brasil chegou a 1.405 casos confirmados da variante Delta do novo coronavírus, informou o Ministério da Saúde. O número é 33% maior do que o total de diagnósticos positivos notificados até uma semana atrás (1.051). Ao todo, a cepa já está presente em 16 Estados e no Distrito Federal e resultou em 50 mortes no país, 21% a mais do que o total do dia 17. Identificada originalmente na Índia, a cepa é mais transmissível e tem colocado especialistas em alerta. Não há mortes em São Paulo.